A importância de se ter uma reserva financeira para emergências

18/03/2015 15:39 - Minuto Dinheiro
Por Ricardo Rolim
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Numa época em que o endividamento das pessoas é cada vez maior, e por tabela a inadimplência, as pessoas só se atentam que chegaram a essa situação desconfortável quando estão no fundo do poço. Provavelmente, um dos motivos que contribuiu foi de que nunca possuíram uma reserva para emergências, ou um colchão de segurança.

Independente do nome que você dê, é importante que você crie a consciência de que isso é muito importante e pode lhe ajudar a evitar cair em armadilhas, como usar o cheque especial, pagar o valor mínimo do cartão de crédito ou fazer aquele empréstimo no banco em longuíssimas prestações.

Imprevistos acontecem, e se você estiver preparado, pode ter certeza que atravessará a turbulência mais rápido, pelo menos no aspecto financeiro.

Talvez você possa estar pensando: se eu mal consigo pagar as minhas contas, como posso deixar um dinheiro guardado para situações de emergência?

Acredito firmemente que você é o responsável pela organização de suas finanças. Não adianta procurar culpados ou arrumar desculpas. E pode ter certeza: com um pouco de paciência e organização, você coloca suas contas em ordem, consegue fazer sobrar dinheiro para uma reserva, e mais no futuro para começar a investir. Tudo isso, sem ter que abrir mão de fazer o que gosta. Já falamos inclusive sobre como sair do vermelho e organizar o orçamento doméstico em outras postagens – se você não leu ou quer ler novamente, basta clicar aqui e aqui.

E quais seriam essas emergências? Qualquer fatalidade e acaso que não esteja prevista de acontecer, mas que infelizmente acontecem. Bater o carro, ficar doente, ser assaltado, etc. Por mais que não gostemos de falar sobre isso, infelizmente não estamos imunes.

Mas qual o valor que devo ter guardado para uma emergência? Bem, isso varia muito, mas considero que tem a ver com a atividade profissional exercida.

 

Autônomos e profissionais liberais

Se você é um profissional liberal ou autônomo, deve estar mais preparado para as sazonalidades e imprevistos, até porque o seu salário é feito no dia a dia. Se você adoecer ou tiver por qualquer outro motivo que se afastar de suas atividades profissionais por 20 dias, por exemplo, quem vai trabalhar no seu lugar? É por isso que o recomendável para aqueles que não possuem uma renda fixa mensal é que tenham uma reserva para emergências de no mínimo 12 meses o valor da sua despesa mensal. Seria um valor para continuar a vida enquanto passa por o momento em que não pode trabalhar. É recomendável que este valor esteja em aplicações de boa liquidez, distribuído entre caderneta de poupança, CDB, LCI e no Tesouro Direto, por exemplo.

 

Trabalhadores da iniciativa privada

Quem tem emprego fixo tem a vantagem de ter o salário certo no final do mês. Pode programar-se e fazer um planejamento para poupar e também investir. Porém, é fundamental que também esteja preparado para imprevistos, entre eles o de ficar desempregado. O valor que tem depositado no FGTS é suficiente para quanto tempo? E se mesmo após sacar o FGTS e utilizar o seguro desemprego, você não conseguir se recolocar profissionalmente? É por isso que quem tem hoje um emprego fixo também precisa pensar em imprevistos. Uma reserva de emergências com no mínimo 6 meses o valor da sua despesa mensal é o recomendável. Assim como no exemplo anterior, também é importante que essa reserva esteja em aplicações de boa liquidez, distribuído entre caderneta de poupança, CDB, LCI e Tesouro Direto.

 

Funcionários e Servidores Públicos

Talvez essa categoria profissional esteja menos imune a incerteza de perder o emprego por conta da garantia de estabilidade, porém não deixa de estar sujeita a outros tipos de imprevistos. É por isso que se recomenda a quem for servidor ou funcionário público, que mantenha uma reserva para emergências. No caso dessa categoria profissional, o recomendável é que tenha pelo menos 3 meses o valor de sua despesa mensal. A regra também é a mesma: o valor deve estar investido em aplicações de boa liquidez, como caderneta de poupança, CDB e LCI.

 

Importante:

- A recomendação é que a reserva seja de pelo menos ‘n’ vezes valor de despesa mensal. Existe o ideal e o possível, o importante é ter algo!

- Quando falamos de despesa mensal, estamos considerando que sua receita é maior que a despesa, sobrando dinheiro para que seja guardado para formar o colchão de segurança, e quando ele já existir você passar a investir.

- Se você pode ter mais que o mínimo recomendável, parabéns. Prova que você está no caminho certo e sabe que se preparar para o futuro é muito importante.

 

Até a próxima.

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* O texto reflete a opinião dos autores. O Minuto dinheiro e o Cada Minuto não se responsabilizam por lucros ou prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Ademir Cruz, formado em Ciências Contábeis, leitor habitual da literatura financeira, irá demonstrar como pode ser interessante o mundo das finanças pela ótica da Bolsa de Valores.

Márcio Raimundo, investidor da bolsa desde 2009; leitor assíduo de fóruns e portais de economia e finanças, mostrará que investir na bolsa é mais simples do que se imagina.

Ricardo Rolim, formado em Administração de Empresas e um curioso em investimentos no mercado de ações e no Tesouro Direto, onde mantém aplicações.

Rodrigo D'Avila, formado em Administração de Empresas. Investe desde 2006 no mercado financeiro e pretende compartilhar nesse espaço os conhecimentos e experiências adquiridas ao longo de todos esses anos.

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