O fim de semana no Brasil será bonito. A democracia estará batendo forte no peito de todos aqueles que vão participar das manifestações em defesa do governo, contra o governo e a favor da Petrobras. Assim amaduremos exercendo e valorizando o nosso sagrado direito de manifestação.

Claro que há uma crise econômica e moral. Ambas alimentam a crise política instalada no Congresso Nacional. A oposição tira proveito, faz parte do jogo. Mas não é discutido nem dito que as empreiteiras acusadas de dar propina a gerentes da Petrobras e para financiamento de campanha é rotina.

O governo petista parece emparedado. Não cria fatos positivos nem consegue se comunicar com eficiência. Aceita as acusações, não reage. O ex-presidente Lula aconselhou Dilma a falar mais, viajar mais, ter um gerente para cuidar das ações administrativas – como ela foi no governo dele.

E abrir espaço para o PMDB com Eliseu Padilha, PSD de Gilberto Kassab e com Aldo Rebelo do PCdoB participarem do núcleo político decisório junto com o ex-governador baiano Jaques Wagner, entre outros minsitros, para, assim, serem os responsáveis pela negociação, restauração  e ampliação da coalizão governista no Congresso. Feito isso e caso dê tudo certo, metade do fogaréu da crise será arrefecido.

Porque o que a oposição tenta é demonstrar que o PT recebeu propinas através de doações legais, o que criminaliza o partido. Mas quando os dados são levantados no TSE a realidade é outra. Todos os principais partidos receberam das mesmas fontes. Portanto, todos receberam propina ou foi apenas o PT?

Os mesmos empreiteiros doaram para 16 partidos, em 2010, R$ 135 milhões. O PMDB foi o maior beneficiado, 32% do total, seguido pelo PT, 23%, PSDB, com 20% e o PSB, com 14%. Essa divisão das doações mudou em 2014. O PT recebeu 25% dos R$ 222 milhões doados legalmente. O PSDB ficou com 24%, PMDB, 21% e o PSB com 7%.

Esses dados esclarecem que os empresários acusados na Operação Lava Jato financiavam campanhas eleitorais. E isso não é nenhuma novidade. Essa é forma de atuação das empresas que fazem negócios com os governos. Aliás, para não se queimar com quem esteve e não mais está no poder, mas um dia pode voltar, alimentam a todos, alimentam todo um sistema.

O problema de tudo, a raiz da planta daninha e venenosa está no financiamento ilimitado por parte de empresas privadas, especialmente o financiamento feito por empresas contratadas pelo próprio governo. Com dinheiro elegem muitos. E tudo é uma troca, mesmo dentro da legalidade, o que precisa mudar.

Um ótimo final de semana democrático pra todos.