Rui, Renan e o financiamento de campanha

12/03/2015 11:00 - Voney Malta
Por Voney Malta

Os dois principais políticos que exercem cargos executivos em Alagoas, o governador Renan Filho (PMDB) e o prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSDB), têm um futuro político brilhante pela frente. Ambos demonstram cuidados e atenção com a questão jurídica que envolve despesas, por exemplo.

Recentemente o governador recuou num projeto que encaminhou ao legislativo sobre transporte escolar, após ser alertado por um assessor jurídico sobre o problema que poderia causar a proposta gestada inicialmente na secretaria de Educação. Eu soube que o MP já estava de olho.

Já se aproximando do final do mandato, o prefeito da capital é elogiado por não ter tido, até agora, qualquer denúncia de irregularidade em seu governo. Ou seja, olha com cuidado o que o futuro político pode estar reservando.

 Nesses tempos em que instituições como o MP e o próprio judiciário estão maduras e solidificadas, Rui e Renan sabem que uma carreira política não pode ser construída e mantida no auge quando a sociedade começa a exigir fortemente que o político seja simplesmente honesto.

Ambos têm menos de 40 anos. Lideranças locais e com atuação nacional como Collor, Lessa, Vilela, Calheiros e Biu de Lira, entre outros, são sessentões – com exceção de Biu que já passou dos 70. Portanto, os dois jovens estão muito próximos de ocuparem os espaços que o tempo obrigatoriamente impõe.

Li que Renan e Rui conversam sobre investimentos em Maceió. Considero essa aproximação estratégica para ambos. Política é feita de alianças, especialmente quando o tempo está ao seu lado. Neste momento Renan Filho tem gabinetes abertos em Brasília. Rui é de um partido de oposição.

Mas uma questão não pode deixar de ser observada. O Brasil está dividido entre petistas e antipetistas, denúncias de corrupção. Na origem disso tudo está o financiamento de campanhas e partidos. O momento é de reforma e os dois deveriam estar debatendo o tema com a sociedade.

Há quem defenda o fim do financiamento de empresas. Claro que a lei não vai impedir ou controlar a influência do dinheiro, pois tudo sempre tem um jeitinho. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defende que financiamento de empresas seja limitado – o que hoje é ilimitado.

Caso não haja drástica limitação ou proibição – o que considero mais positivo – o empresariado vai continuar usando a máxima, quando consegue, que o recurso gasto em campanha existe para “ter o melhor governo que o dinheiro pode comprar”. E o político que defende que nada mude é porque tem acesso a esse dinheiro.

Renan e Rui devem ficar atentos ao sentimento de mudança que pulsa forte. O PT mudou o Brasil, melhorou a vida dos mais pobres, mas se afastou da classe média e não soube enfrentar o Mensalão e agora o Petrolão. Está sangrando e sendo responsabilizado. Mudanças vão ocorrer de um jeito ou de outro.

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