O deputado federal Maurício Quintella (PR) – como líder da legenda - hipotecou o apoio do seu partido ao presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), diante do fato do nome dele ter sido citado na lista elaborada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A “lista de Janot” – como ficou conhecida – aponta políticos que teriam envolvimento com a organização criminosa revelada pela Operação Lava-jato. Na lista, estão quatro alagoanos: os três senadores (Benedito de Lira (PP), Fernando Collor de Mello (PTB) e Renan Calheiros (PMDB)) e o deputado federal Arthur Lira (PP).

Desde que lista foi divulgada, em Brasília se vive um clima de “tempestade perfeita”, além de ter aprofundado a crise entre o Executivo e o Legislativo. Entre os parlamentares, há a crença de que o Palácio do Planalto atuou para que a lista fosse seletiva, atingindo assim alvos específicos e livrando a cúpula palaciana, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e a própria presidente Dilma Rousseff (PT).

A base se rebelou. Em especial, o PMDB. O partido do senador Renan Calheiros e de Eduardo Cunha podem atuar como fortes opositores. Vale ressaltar que o PMDB é de fundamental importância para a chamada “governabilidade”. Os comentários de bastidores dão conta do completo isolamento de Dilma Rousseff.

Na manhã de hoje, dia 12, a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os desvios de recursos na Petrobras ouviu o presidente da Câmara de Deputados, que compareceu de forma espontânea. Cunha negou – em seu depoimento – envolvimento com a organização criminosa e ressaltou sua inocência. O peemedebista acusou o Rodrigo Janot de ter sido “seletivo” na lista.

O PMDB – por sinal – chegou a ensaiar uma CPI para investigar o Ministério Público Federal e encontros de Janot com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, para apurar ingerência política.

Quem se pronunciou na CPI da Petrobras – se encontrando do lado dos investigadores e não dos investigados – foi o deputado federal alagoano Maurício Quintella Lessa, que é o líder do PR na Casa. De acordo com Lessa, “se demonstra seletividade na investigação” que foi feita por Rodrigo Janot.

“Há os que estão e que sabemos que lá não deveriam estar e os que deveria estar, mas não estão”, salientou Quintella ao colocar que o PR presta apoio a Cunha e que “no final isto não passará de um risco na água”. 

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