Tesouro Direto: segurança e rentabilidade para investir (parte 2) *

10/03/2015 14:48 - Minuto Dinheiro
Por Ricardo Rolim
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Conforme prometido, vamos dar continuidade ao assunto Tesouro Direto. Se você não leu a 1ª parte, ou pretende ler novamente, basta clicar aqui.

Começo com uma boa notícia: a Secretaria do Tesouro Nacional anunciou hoje (10/03/2015) a mudança das nomenclaturas dos títulos. No lugar da sopa de letrinhas que criava dificuldades para o investidor, agora os nomes estão mais amigáveis, tornando mais fácil para o investidor escolher a modalidade que deseja investir. Outra boa notícia que pegou a todos de surpresa é que a recompra dos títulos passa a acontecer todos os dias úteis, a partir das 18h, encerrando-se às 5h do dia seguinte. Já nos finais de semana e feriados a funcionalidade será oferecida o dia inteiro. Anteriormente a recompra ocorria apenas 1 vez por semana, sempre às quartas-feiras. Os objetivos dessas mudanças são justamente fazer com que mais pessoas possam aderir a essa modalidade de investimento.

Vamos agora explicar os tipos de títulos para você poder escolher melhor quando for investir:

 

Títulos prefixados

São mais indicados para investimentos de médio prazo. Nessa modalidade, você adquire o título e já sabe exatamente o valor que irá receber, caso fique com o título até a data do vencimento. São 2 tipos de títulos prefixados:

- Tesouro prefixado 20XX: o nome antigo era LTN – Letra do Tesouro Nacional. O “XX” quer dizer o ano do vencimento. Exemplo: digamos que o Tesouro Prefixado 2018 esteja custando R$ 750,00, pagando 13,50%a.a.; como explicado antes, você pode comprar a partir de 0,1 título, ou seja, se você comprasse 0,1 pagaria R$ 75,00 + corretagem; levando o título até o vencimento (01/01/2018), você receberá o que investiu com os juros combinados. Atualmente existem 2 mobilidades disponíveis, o Tesouro Prefixado 2018 (resgate em 01/01/2018) e Tesouro Prefixado 2021 (resgate em 01/01/2021).

- Tesouro prefixado com juros semestrais: anteriormente chamada de NTN-F– Nota do Tesouro Nacional série F; esse título possui a mesma característica do item anterior, porém os juros já vão sendo pagos ao investidor semestralmente. A modalidade atualmente existente tem vencimento em 01/01/2025.

 

Títulos posfixados

São mais indicados para investimentos de médio e longo prazo. Nesses títulos, você receberá uma rentabilidade fixa já pactuada no ato da compra, acrescida da variação da inflação (o índice utilizado é o IPCA).

Para os posfixados, existem mais opções. Vamos a elas:

- Tesouro Selic 20XX. Anteriormente, esse título se chamava LFT – Letra Financeira do Tesouro. Nesse título, o investidor recebe a variação oficial da taxa SELIC durante o período de vencimento. Como estão atrelados à taxa básica de juros, esses títulos não geram prejuízos ao investidor se resgatado antes do vencimento, como ocorre em todos os outros títulos. Por conta dessa característica específica, são os papéis mais conservadores do Tesouro Direto. A modalidade disponível no momento é a Tesouro Selic 2021, com resgate em 01/03/2021.

- Tesouro IPCA com juros semestrais. Esse título se chamava NTN-B. É um título que paga ao investidor uma taxa de juros prefixada, acrescido da variação da inflação medida pelo IPCA, e a cada 6 meses o investidor já recebe os juros acumulados.  O Tesouro Direto disponibiliza atualmente 3 modalidades desse título, com regates em 15/08/2020, 15/05/2035 e 15/08/2050.

- Tesouro IPCA. Anteriormente, esse título se chamava NTN-B Principal. Aqui, o investidor recebe uma taxa de juros prefixada, mais a variação da inflação do período medida pelo IPCA. A diferença em relação ao Tesouro IPCA com juros semestrais é que no Tesouro IPCA os juros são automaticamente reinvestidos, podendo o investidor resgatar tudo na data do vencimento. Os títulos disponíveis são para 15/05/2019, 15/08/2024 e 15/05/2035.

 

Tributação

Há a incidência de IR (retido na fonte na hora do resgate), sobre o total de rendimentos, utilizando-se uma tabela regressiva: 22,5% sobre o lucro obtido em aplicações de até 180 dias, de 20% em aplicações de 181 a 360 dias, de 17,5% em aplicações de 361 a 720 dias e de 15% em aplicações acima de 720 dias.

Tempo de Aplicação. O que é médio prazo e o que é longo prazo? Essa é uma pergunta que você tem que se fazer de acordo com os seus objetivos, para aí encontrar a resposta. Eu considero médio prazo algo como entre 2 e 5 anos. Passou de 5 anos, eu considero como longo prazo. Mas cabe a você definir quais são seus objetivos e como pretende utilizar futuramente esse capital. Comprar uma casa? Comprar um carro? Amortizar o saldo devedor do financiamento? Como já falamos outras vezes aqui, cabe a você investir na sua educação financeira. Monte seu planejamento e siga em frente.

 

Até a próxima.

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Ademir Cruz, formado em Ciências Contábeis, leitor habitual da literatura financeira, irá demonstrar como pode ser interessante o mundo das finanças pela ótica da Bolsa de Valores.

Márcio Raimundo, investidor da bolsa desde 2009; leitor assíduo de fóruns e portais de economia e finanças, mostrará que investir na bolsa é mais simples do que se imagina.

Ricardo Rolim, formado em Administração de Empresas e um curioso em investimentos no mercado de ações e no Tesouro Direto, onde mantém aplicações.

Rodrigo D'Avila, formado em Administração de Empresas. Investe desde 2006 no mercado financeiro e pretende compartilhar nesse espaço os conhecimentos e experiências adquiridas ao longo de todos esses anos.

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