Em entrevista à TV Assembleia – na tarde deste dia, 10 – o deputado estadual Tarcizo Freire (PSD) fez um “mea culpa” em relação à aprovação por unanimidade do Projeto de Lei do Passe Livre na Casa de Tavares Bastos.

De acordo com o parlamentar, o comportamento da Assembleia Legislativa em relação ao governo estadual de Renan Filho (PMDB) deve mudar no próximo semestre. Atualmente, segundo ele, os deputados estaduais estão se posicionando “dando um crédito ao Executivo”, mas, avisa Freire, “nem sempre será assim”.

Será que Freire tem razão? Nos bastidores políticos, se espera que Renan Filho tenha total facilidade de aprovar matérias de interesse do Executivo na Casa em função da correlação de forças. Até os deputados estaduais de partidos que estavam em coligações eleitorais contrárias à que elegeu Renan Filho já se encontram na base governista. É o caso de Gilvan Barros Filho (PSDB), por exemplo.

Além disto, os que não são governistas evitam se posicionar como “oposição”. Preferem o termo independente, como já frisaram os tucanos Bruno Toledo e Rodrigo Cunha. Para Freire – que chamou a atenção por assumir o mandato montado em um boi – as composições ainda podem mudar conforme o andamento do Executivo.

O deputado estadual do PSD – por exemplo – diz que o parlamento acertou ao aprovar a Lei Delegada, que permite que o governo faça sua reforma administrativa sem depender tanto da Casa de Tavares Bastos para organizar o Executivo. A lei aprovada – por exemplo – vai permitir a criação de secretarias como a de Esportes.

No entanto, Tarcizo Freire diz que a Casa errou ao ampliar demais este crédito e aprovar a Lei do Passe Livre. “Não vejo ninguém fazer posição na Assembleia. Daqui a alguns meses não teremos 27 deputados governistas. É um crédito que está sendo dado ao novo governo. Isto é ótimo. Demos crédito na Lei Delegada e demos crédito no Passe Livre. Agora, este último não foi muito bom não. Ficou chato para a Assembleia. Pegou mal”, colocou.

Freire lembrou que os deputados ignoraram questões que envolviam a discussão, como havia sido ressaltado pela imprensa em matérias anteriores à aprovação. Alguns questionamentos chegaram a ser levantados em plenário pelos deputados estaduais Rodrigo Cunha e Francisco Tenório (PMN).

Todavia, mesmo diante dos apontamentos na busca por esclarecimentos em relação ao projeto, a matéria foi aprovada por unanimidade e encaminhada para a sanção do governador Renan Filho. Detalhe: no dia de sancionar a lei, o chefe do Executivo voltou atrás, reconheceu a necessidade de uma maior discussão junto com a sociedade. Foi assim que Renan Filho se pronunciou nas redes sociais, o que foi mostrado por este blog.

Agora, diante do impasse, o governo do Estado resolveu – no dia de hoje – assinar um novo contrato com os transportadores escolares no prazo de 180 dias, como mostrou o CadaMinuto.

Segundo o secretário de comunicação, Ênio Lins, o novo contrato firmado é diferente do primeiro já que houve modificações prezando pela economia. “A principal questão é no interior, que exige a municipalização do transporte escolar. Estamos concentrados agora em maiores investimentos, já que em áreas rurais, por exemplo, exigem alternativas mais complexas”, explicou.

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