O ex-prefeito de Maceió e atual deputado federal Cícero Almeida (PRTB) deixou claro – em entrevista concedida ao jornalista Paulo Chancey, aqui do CadaMinuto – suas pretensões de concorrer ao Executivo municipal em 2016.
Nos bastidores é apontado – desde já – como o principal adversário do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), que vai disputar a reeleição, apesar de não tratar do assunto agora. Ele vai! Palmeira – conforme o presidente estadual do PSDB e deputado federal Pedro Vilela – é o nome do partido e o martelo já se encontra batido. “Não há mais discussão quanto a isto”, diz Vilela.
Palmeira vai enfrentar turbulências naturais do processo. O desgaste será intenso neste ano, pois todos os que tiverem pretensões ao cargo vão mirar críticas no tucano. Algumas serão justas diante das falhas do Executivo; outras, não. Natural – como disse – do processo político.
A Prefeitura de Maceió deixa a dever em muitas áreas.
Tanto que, conforme bastidores, o prefeito Rui Palmeira já se estrutura para tentar responder críticas e sanar problemas onde a Prefeitura de Maceió vai mal. O prefeito sabe que o ano de 2015 será decisivo para as intenções eleitorais dele e de seus rivais políticos.
Cícero Almeida já se coloca a postos para esta briga. Mas não depende apenas dele. Dentro do PRTB há uma crise na legenda que pode ceifar a candidatura de Almeida. Coisas da política.
O prefeito – em 2014 – entrou na sigla com toda “pompa e circunstância”. Assumiu o diretório estadual. Era o posto de comando no jogo eleitoral, mas não deram a Almeida o apito para definir os destinos do PRTB. Este foi conduzido por Adeílson Bezerra (PRTB) – que atuou nos bastidores – e pelos nomes que disputavam as cadeiras da Assembleia Legislativa: Antônio Albuquerque e João Beltrão.
Tanto é assim que o PRTB acabou expulso da coligação que elegeu o governador Renan Filho (PMDB). Ainda assim, Almeida alcançou projeção nacional no PRTB. É o único deputado federal da legenda. Todavia, mais uma vez uma “rasteira”: mesmo sendo a única cadeira na Câmara de Deputados, não terá poder para decidir seus rumos. Não é mais o presidente da legenda.
Terá que se recompor partidariamente para se disputar uma eleição em 2016. Poderia sair do partido. Ir para uma legenda nova, mas diante da decisão do Congresso Nacional em relação à criação de novas agremiações, eis um ponto que terá que ser adiado. Mas já é fato: Almeida costura sua saída do PRTB.
O que chama atenção é esta constante na vida do ex-prefeito. Poderia ter sido candidato ao governo, em 2010, mas entrou em rota de colisão com a legenda. Na época, o PP. Saiu da antiga casa. Tentou outras siglas, mas não encontrou a posição de cacique.
No PRTB lhe foi oferecida a direção estadual. Algo essencial para os planos a longo prazo. Mas – como já dito na matéria - o espaço lhe foi tirado. É grande a densidade eleitoral de Cícero Almeida, mesmo ele não tendo a votação esperada para chegar à Câmara. Ninguém duvide disto.
No entanto, a política é um xadrez bem mais complicado do que ter votos. Cícero Almeida aprendeu isto. Tanto que analisa o encolhimento de seu espaço na legenda, mesmo sendo o único deputado federal do partido como “uma manobra para que ele não participe do jogo eleitoral de 2016”.
Almeida sabe que terá que abrir o caminho ele mesmo.
O grupo do governador Renan Filho deve apresentar um nome dentre os partidos que hoje foram a base do Palácio República dos Palmares. Este nome pode até surgir do próprio PMDB. O vereador e presidente da Câmara de Maceió, Kelmann Vieira (PMDB) está entre os cotados.
Mas há outros como o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT), que já foi prefeito e governador. O PT – como já dito pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros – também pretende assumir a posição de uma candidatura ao Executivo saindo do papel de coadjuvante que sempre teve nas últimas eleições. Pode até ser que – lá na frente – o Palácio opte por rachar a base, até mesmo numa estratégia de enfrentar Rui Palmeira.
O espaço é pequeno para que Almeida se encaixe neste grupo. Por enquanto, Cícero Almeida não conta sua legenda. Contará com sua própria vontade e com sua densidade eleitoral. Terá que trabalhar bem em duas frentes: um bom mandato em Brasília (DF) que lhe garanta visibilidade e poder de articulação para deixar a legenda sem ter o mandato ameaçado e construir um pequeno grupo em torno dele.
Não podemos esquecer de um terceiro ponto: campanhas precisam de financiamento!
Eis o desafio lançado para o principal nome do PRTB nacional se for olhar pelo espaço ocupado no Congresso Nacional. Ao mesmo tempo mostra bem o que é o PRTB.
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