Os pedidos de investigações feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou na lista que foi divulgada ontem após decisão do ministro Teori Zavascki, incluiu o nome de 47 políticos no que a Procuradoria Geral da República acredita se tratar de uma “organização criminosa complexa”.
Alagoas carimbou quatro nomes nesta lista: o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB), o senador Benedito de Lira (PP), o senador Fernando Collor de Mello (PTB) e o deputado federal Arthur Lira (PP). Todos alegam inocência. No dia de ontem, se teria conhecido - caso as investigações confirmem as denúncias - o núcleo político da organização.
O procurador-geral ressalta que os citados tinham conhecimento pleno de que os valores recebidos eram propinas pagas a diretores e funcionários “de peso” da Petrobras. Além de receber o dinheiro - na visão da Procuradoria - o núcleo político ainda fomentava o esquema.
O PP - apesar de ser um coadjuvante na correlação de forças políticas que comandam o país nas duas últimas décadas, que são os partidos PT e PSDB - aparece com a maioria dos nomes deste suposto núcleo político do esquema. O que é de se estranhar devido a dimensão do Partido Progressista na atual conjuntura. Atualmente, as maiores forças partidárias da República - consequentemente dominando órgãos estatais - é o PT e o PMDB.
Do PSDB, Aécio Neves teve o pedido de investigação arquivado. Do PT, vários nomes, mas não foram citados o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, nem Dilma Rousseff.
Ao explicar sobre a presença dominante do PP, o procurador-geral diz que os agentes políticos desta legenda foram responsáveis pela indicação de Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras. Estes agentes teriam recebido - mensalmente - valores percentuais dos contratos firmados por Costa na diretoria.
Outra parte - conforme as investigações - era entregue aos integrantes do PT, que eram responsáveis pela nomeação de Renato Duque, na Diretoria de Serviços. Com a exposição de uma suposta “quadrilha” dividida em núcleos, o caso ganha sua comparação com o mensalão, que também tinha agentes políticos, administrativos e financeiros para a captação dos recursos que seriam distribuídos.
No caso das irregularidades envolvendo a Petrobras, o núcleo econômico eram as empresas contratadas. Elas atuavam junto com os operadores, que coletavam as finanças a serem repassadas aos agentes políticos. Eis a estruturação apresentada pela Procuradoria Geral da República.
De acordo com os delatores Alberto Youssef - o doleiro - e Paulo Roberto Costa a gênesis do esquema está no já falecido ex-deputado federal José Janene (PP). O PMDB teria integrado o esquema posteriormente. Na sequência, a Petrobras teria sido “loteada” entre três partidos: PT, PMDB e PP.
Dentro da empresa, a Procuradoria Geral da República - com base nos depoimentos - diz que os núcleos estavam referenciados assim: Paulo Roberto Costa era o homem do PP; Renato Duque era o homem PT e Nestor Cerveró chegou à estatal por indicação peemedebista. Agora o núcleo político está na berlinda.
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