Tesouro Direto: segurança e rentabilidade para investir (parte 1) *

05/03/2015 10:48 - Minuto Dinheiro
Por Ricardo Rolim
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Sempre que alguma pessoa me procura para pedir dicas, dizendo que quer começar a investir e que busca uma aplicação de renda fixa segura e que traga uma rentabilidade superior a caderneta de poupança, eu recomendo o Tesouro Direto. O objetivo desse artigo é justamente apresentar para os leitores do Minuto Dinheiro as vantagens e benefícios dessa modalidade infelizmente ainda pouco conhecida do grande público.

Os governos (e não apenas o brasileiro) precisam de dinheiro para financiar suas atividades, como duplicar uma rodovia, fazer uma hidroelétrica ou construir hospitais, certo? Bem, além de conseguir esse dinheiro cobrando impostos, os governos emitem títulos públicos, que é uma maneira de tomar dinheiro emprestado no mercado e pagando no futuro o valor do empréstimo com juros. Esses títulos são emitidos tanto no país de origem como no exterior. Então existem títulos brasileiros negociados no Brasil, como também nos Estados Unidos, bem como existem títulos emitidos pelo governo americano negociados na Europa e no Japão, por exemplo. A diferença é a taxa de juros que é paga pelo país emissor. No caso brasileiro, como precisamos mais do dinheiro, o governo paga juros bem maiores do que os títulos americanos e europeus, por exemplo. É aí onde entra uma oportunidade para você, amigo leitor.

Até o final de 2001, só quem diretamente podia comprar títulos públicos eram fundos de investimentos. Se uma pessoa física quisesse comprar ela tinha que ir ao banco e comprar uma cota de um fundo de investimentos. Mas, em 7 de janeiro de 2002, a Secretaria do Tesouro Nacional, em parceria com a então Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia, que depois foi incorporada pela BM&F BOVESPA, lançou a plataforma denominada Tesouro Direto. Por essa plataforma, qualquer pessoa pode diretamente comprar um título público do governo através da internet.

 

Segurança

Você pode perguntar: é seguro? É sim, pois o seu credor é o governo, e se o governo vier a quebrar – coisa muito difícil de acontecer, ele lhe pagaria simplesmente imprimindo mais dinheiro. Ou seja, o risco de calote é quase zero. Apenas para lhe tranquilizar ainda mais: o Brasil possui excelente reputação de emissor de títulos públicos, sendo recomendados pelas 3 maiores agências de classificação de risco do mundo.

 

A partir de quanto posso investir?

A parcela mínima de compra é de 10% do valor de um título (0,1 título), desde que respeitado o limite financeiro mínimo de R$ 30,00 (trinta reais). Imagine que o título custe R$ 690,00, com prazo de vencimento em 01/01/2018 com taxa de juros de 13% a.a.: você pode comprar 0,1, ou seja, R$ 69,00, e em 01/01/2018 receberá o dinheiro aplicado com os juros combinados.

 

E se eu precisar do dinheiro, posso resgatar antes do vencimento?

Sim! Imagine que mensalmente ao longo de 1 ano você comprou cerca de R$ 70,00 todo mês no Tesouro Direto, a uma taxa de 13% a.a., para resgatar em 01/01/2018. Mas por algum motivo, você precisou do dinheiro. Toda quarta-feira, o Tesouro recompra os títulos. Só que ele recompra pelo preço que o título estiver valendo dia – eles chamam isso de “marcação a mercado”. Então se no dia do resgate o título estiver custando R$ 65,00, você receberá esse valor (menor do que o que foi pago). Se estiver custando R$ 80,00, você também receberá esse valor (maior que o que foi pago). Mas preste atenção: para receber o valor que foi pago, acrescidos dos juros e correções combinados na data da compra, você deve ficar com o título até a data do vencimento.

É por isso que é importante adequar o valor investido, com o prazo para resgate, de modo que você leve o título até o final. Faça um planejamento, estabeleça um objetivo – trocar de carro e pagar à vista ou juntar um valor para amortizar o saldo devedor do seu apartamento, por exemplo. O Tesouro Direto pode ser um grande aliado para lhe ajudar a realizar seus sonhos.

Nos próximos textos, explicaremos as diferentes modalidades de títulos existentes e o que fazer para começar a investir.

 

Até a próxima.

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Ademir Cruz, formado em Ciências Contábeis, leitor habitual da literatura financeira, irá demonstrar como pode ser interessante o mundo das finanças pela ótica da Bolsa de Valores.

Márcio Raimundo, investidor da bolsa desde 2009; leitor assíduo de fóruns e portais de economia e finanças, mostrará que investir na bolsa é mais simples do que se imagina.

Ricardo Rolim, formado em Administração de Empresas e um curioso em investimentos no mercado de ações e no Tesouro Direto, onde mantém aplicações.

Rodrigo D'Avila, formado em Administração de Empresas. Investe desde 2006 no mercado financeiro e pretende compartilhar nesse espaço os conhecimentos e experiências adquiridas ao longo de todos esses anos.

 

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