O deputado estadual Galba Novaes (PRB) partiu para cima da atual Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, na sessão da tarde desta quinta-feira, dia 05, ao cobrar “condições de trabalho”.

De acordo com Novaes, na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas “falta até papel para se apresentar projeto de lei na Casa de Tavares Bastos”. O parlamentar colocou que recebeu um gabinete completamente ‘pelado’ (metáfora usada por mim) e “sem condições alguma de trabalho”.

Novaes disse que precisou pintar o gabinete, adquirir computadores, material de escritórios, dentre outros gastos. “Eu gastei mais de R$ 17 mil no gabinete. Eu tive que comprar computadores, reformar o gabinete, comprar material de gabinete e alimentação dos assessores. Como é que eu posso entender que num parlamento que recebe por ano R$ 190 milhões não possa comprar computadores que custam em média R$ 3 mil. Eu não entendo”, colocou.

O deputado do PRB ainda levou as notas fiscais para o plenário para comprovar seus gastos sem sequer ter recebido – conforme ele – a verba de gabinete. “Isto me entristece, porque mostra o desinteresse”, frisou. “Não sei a quem recorrer. Eu não tenho condições de trabalhar nesta Casa. Incomoda-me muito não poder trabalhar. Esta Casa não começou seu trabalho hoje e a maioria da Mesa vem de outra legislatura”.

O deputado Rodrigo Cunha (PSDB) acompanhou as críticas de Galba Novaes e disse que faltava gestão na Casa. “É preciso ter eficiência no uso dos recursos públicos e dar condições de trabalho”. Todavia, o tucano disse que confia na Mesa Diretora que se inicia agora porque demonstra querer acertar em “mudanças de atitude”.

Galba Novaes indagou ainda aos deputados estaduais mais antigos da Casa como é que eles trabalhavam. “Como se trabalhava antes nesta Casa, porque não tem nada? Como podemos pesquisar numa internet? Fazer uma ligação? Buscar informações? Na legislatura passada como se desenvolvia as atividades parlamentares da Casa? É difícil. Eu que conheço um pouco da lei, sei que este dinheiro que eu gastei é perdido. O poder público não pode me ressarci, a verba de gabinete não pode comprar material permanente. Erro nosso, porque estou incorporando ao patrimônio público algo que é meu. Como vou – ao fim do mandato – levar os computadores para Casa”.

Novaes ressaltou ainda que pretende entrar na Justiça caso solicite informações da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas e não consiga. “Eu vou continuar cobrando”. O parlamentar ainda fez comparações entre os gabinetes da Assembleia Legislativa e a forma como a Câmara de Maceió trata os vereadores dando condições de trabalho a eles, segundo Galba Novaes. “Na Câmara, tudo foi licitado. Tem condições de trabalho. Eu fiz licitações quando fui presidente da Câmara”, frisou.

Quem assumiu as dores da Mesa Diretora foi o deputado estadual Edival Gaia (PSDB) – que estava na Casa na legislatura passada. Ele pediu paciência a Galba Novaes e disse que a nova Mesa iria comprar os computadores e o material para dar condições de trabalho aos deputados estaduais. “Tudo demanda tempo. Estamos apenas com 30 dias de mandato”.

Novaes ainda reclamou da Mesa Diretora ter “roubado” uma ideia sua. Ele apresentou – recentemente – projeto para o pagamento do 13º salário dos servidores da Casa no dia de aniversário, mas a prática foi implantada por decisão da Mesa de forma administrativa e anunciada sem sequer Novaes ter sido citado. O deputado do PRB se sentiu incomodado diante do ocorrido.

“Eu quero votação aberta e Lei da Ficha Limpa. Eu votei no Marcus Vasconcelos para ir para a ARSAL, votei em branco na eleição da Mesa. Eu assumo meus votos na Casa. Será que a população não tem direito de saber como eu voto. No uso da tribuna eu cumpro o meu compromisso. Não é nela que eu ganho voto”, alfinetou ainda Novaes. No caso de Marcus Vasconcelos – foi votação secreta – dois deputados votaram contra a indicação do governador Renan Filho (PMDB), mas não se sabe quem. 

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