Ao entregar a primeira-secretária da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, o deputado estadual Ricardo Nezinho (PMDB), deixa em aberto uma questão importante em relação à Casa de Tavares Bastos: o que de fato se passa na diretoria de recursos humanos da Casa?

Por qual razão é um cargo que a Mesa Diretora não abre mão para que seja indicado diretamente pelo primeiro-secretário? Por lá passam decisões importante em relação à folha salarial.

Como primeiro-secretário, o peemedebista Ricardo Nezinho teria uma série de responsabilidade em relação aos atos administrativo-financeiros da Casa. Esta secretaria da Mesa Diretoria está diretamente ligada à diretoria de Recursos Humanos e – em consequência disto, como frisei acima – à folha salarial do parlamento estadual. Faço questão de repetir.

Não se trata apenas disto, evidentemente. Mas também de outras despesas.

Natural que, diante das responsabilidades, Ricardo Nezinho queira ter ao seu lado – na diretoria de Recursos Humanos – uma pessoa de sua extrema confiança para avaliar tais atos. Mais o que de fato ocorreu para que a Mesa Diretora não aceitasse um nome de confiança de Nezinho e quisesse “impor” ao primeiro-secretário outro nome.

Por qual razão não se construiu um consenso em relação a isto?

Há questões aí que merecem ser mais bem explicadas, pois há informações para além das explicações oficiais; sou capaz de apostar. É bom lembrar: é na folha pessoal que se concentram os maiores indícios de irregularidades e falta de transparência na Casa: supersalários, repasses além dos devidos, gratificações, fantasmas, e por aí vai.

Uma folha salarial que teve uma evolução espantosa conforme as movimentações financeiras da Casa de Tavares Bastos que foram divulgadas pelo então deputado estadual João Henrique Caldas (atualmente ele é deputado federal). Tais informações renderam demandas judiciais por parte do Ministério Público Estadual (MPE) e outras ações podem vir.

A decisão de renunciar a primeira-secretaria pegou muitos de surpresa. Duvido – entretanto – que tenha surpreendido os membros da Mesa Diretora. A renúncia, conforme matéria da jornalista Vanessa Alencar, foi lida no dia de ontem, 26. Ainda não há nome para o cargo. Pelo visto, terá que ser um deputado estadual que aceite um acordo com a Mesa Diretora para a ocupação do cargo da diretoria de Recursos Humanos.

O deputado estadual Galba Novaes (PRB) lembrou o óbvio ao lamentar a decisão do colega: cabe a ele ordenar despesas. Logo, um dos cargos mais cobiçados do parlamento. Na Mesa Diretora, há quem considere o cargo mais importante depois da presidência. Oficialmente, Ricardo Nezinho apenas destacou a importância da função e ressaltou que queria indicar uma pessoa para a diretoria de Recursos Humanos, “mas o nome foi rejeitado pela Mesa Diretora, então resolvi renunciar”.

Por qual razão a Mesa não abre mão desta indicação? Eis um assunto que precisa ser esmiuçado é esta renúncia de Ricardo Nezinho. Tentei contato com o parlamentar, mas não obtive êxito. O telefone dele se encontrava desligado. Luiz Dantas (PMDB) – presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas – afirmou que ele e os demais integrantes da Mesa Diretora foram surpreendidos com a decisão do peemedebista.

Dantas não entrou em detalhes sobre o “mérito” da decisão de Ricardo Nezinho. Olhar voltado agora para quem vai assumir esta função...

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