Conversei – na manhã de hoje, dia 24 – com o superintendente municipal de Transporte e Trânsito de Maceió, Tácio Melo. O bate-papo – na Rádio Jornal AM-710 – incluiu vários pontos de pauta, como a licitação de transporte público municipal e questões envolvendo a pasta que ele comanda. Tratarei destes aqui em breve. Inclusive, conversamos sobre o novo valor da passagem de ônibus na capital alagoana.

Inicio – entretanto – por uma pauta que acredito ser mais “urgente”, já que, durante a entrevista, Melo falou sobre a greve dos servidores municipais de Maceió. Os funcionários públicos protestaram, na manhã desta terça-feira, como mostrou o CadaMinuto, no Centro de Maceió.

Eles se encontram revoltados com os cortes de benefícios salariais dos guardas municipais e funcionários que fazem a apreensão de animais na cidade. Integrantes do Sindicado dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana bloquearam circulação de veículos no Centro e decidiram manter greve em assembleia geral.

O representante da categoria, Sidney Lopes, disse que a Prefeitura ainda não tem proposta para cumprir a pauta de reivindicação. Enquanto a manifestação ocorrida, Tácio Melo deu sua opinião em entrevista a este blogueiro durante o programa que comando na Rádio Jornal. “É claro que qualquer gestor quer sempre fazer o melhor para a sua população. O prefeito Rui Palmeira (PSDB) tem busca isto”, salientou.

“É interessante até ouvir a CUT – no caso da prefeitura – cobrando estas perdas salariais devido à reposição da inflação e buscando este reajuste de 14%. Eu sou servidor público federal e não vejo a CUT fazer tanta movimentação do lado contrário (quando o governo é o federal)”, pontuou Tácio Melo.

E ainda seguiu: “eu tive, como servidor federal, em quatro anos, 15% de aumento e o prefeito Rui Palmeira deu em dois anos quase 18% e é ruim. Eu não entendo esta cortina de fumaça que estão colocando aí que é política”. Tácio Melo – ao fazer as comparações – classificou a atual greve “como política” e disse que o movimento “não tem a boa parte dos servidores aderindo”.

“O discurso quando é de um lado é de uma forma, quando é de outro é diferente”. Tácio Melo entrou no mérito da questão ao argumentar o quanto o atual momento de crise no país tem dificultado a vida das administrações municipais, inclusive sendo um dos fortes fatores para que fosse reajustado para R$ 2,75 (antes o valor era R$ 2,50) o preço da tarifa de ônibus em Maceió. Falarei sobre o assunto em outra postagem.

Outro secretário que também falou sobre a movimentação dos servidores, na manhã de hoje, foi Felipe Mamede (Administração). Ele salientou que a Prefeitura de Maceió vai ingressar com medidas judiciais cabíveis para fazer valer um acordo existente entre o Executivo e os servidores.

“Existe uma negociação em andamento, ela está aberta desde o dia 09 de fevereiro. Não prospera a deflagração da greve por parte dos servidores. Os Sindicatos sabem que é impossível a prefeitura conceder um número por conta da crise vivida. Estamos com baixa arrecadação e outros problemas e em tão pouco tempo seria impossível reverter esse quadro. Estimamos que no início de maio consigamos chegar a este acordo e por isso não se pode dizer que não houve proposta”, completou.

Mamede também classificou a greve como “cortina de fumaça”. Ainda de acordo com Mamede, entre os servidores que recebem produtividade, cerca de 10% será atingido pela medida. Ao desqualificar o movimento, Mamede afirmou que ele é usado como “cortina” contra medidas que estão sendo implementadas com base em um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas que auditou a folha de pagamento da Prefeitura, apontando inconformidades e ilegalidades. “As inconformidades atingem muitos daqueles que hoje estão à frente dos sindicatos”, citou Fellipe Mamede.

No dia de hoje, os servidores que foram às ruas reivindicaram contra corte de gratificações que estão nos salários há mais de 20 anos, em alguns casos. Outro ponto: eles são contra a remoção dos servidores para órgãos de origem. Ainda exigem a manutenção do Plano de Cargos e Carreiras de forma integral, pagamento de retroativos e titularizações e reposição do índice da inflação e reajuste salarial de 14%. 

Estou no twitter: @lulavilar