Em uma declaração repercutida pelo jornal O Globo, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB/AL), classificou a coalizão do governo Dilma Rousseff como “capenga”. Um dos principais nomes do PMDB reclamou da hegemonia petista e mandou o recado: o PMDB não pode ser apenas acionado nos momentos difíceis de ajuste fiscal.
Isto mostra o quanto à vida de Dilma Rousseff pode ser difícil no Congresso Nacional, mesmo com os petistas tendo se empenhado para manter Calheiros na presidência. Diante dos dias que antecederam a eleição de Renan Calheiros, o apoio do PT foi fundamental.
Eis a frase de Renan Calheiros: “essa coalizão é capenga, porque o PMDB, que é o maior partido, do ponto de vista da coalizão não cumpre o seu papel. Você não pode ter um governo de um partido hegemônico, ter um partido que é o maior partido do Congresso Nacional como parte da coalizão sem que ele tenha papel na definição das políticas públicas. Então é preciso aprofundar o ajuste, o setor público tem que pagar também uma parte da conta. Não dá para transferir essa conta para a sociedade”.
Em outras palavras, Renan Calheiros que espaço nas decisões do governo. “O PMDB, que é o maior partido, precisa cumprir um papel importante, insubstituível na coalizão e não apenas ser chamado nessas horas para fazer ajustes que não tem nem começo, nem meio e nem fim”, coloca ainda.
O presidente do Senado esteve reunido com o ministro Joaquim Levy na noite de ontem, 23. Ele classificou o encontro como “bom e qualitativo”. “O ministro falou em R$ 80 bilhões (de corte), mas temos muitas preocupações. Nós temos R$ 240 bilhões de restos a pagar. O ajuste tem que cortar no setor público, a sociedade não entenderá se só a população mais pobre pagar a conta do ajuste, mas é preciso cortar também no setor público. É sobretudo uma oportunidade para que se possa dar um fundamento à coalizão de governo no Brasil”.
O PMDB quer sair do papel de mero carimbador das decisões do PT. Renan Calheiros se posiciona de forma a avisar que não será o motorista do trator do Congresso Nacional, portanto. Aguardemos!
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