Previdência Complementar é uma boa ideia?

23/02/2015 15:50 - Minuto Dinheiro
Por Ademir Cruz, Ricardo Rolim
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Possivelmente, você já foi abordado pelo seu banco para adquirir um plano de previdência complementar. Buscaremos aqui no blog dirimir algumas dúvidas a respeito desse assunto, de modo que esse investimento seja melhor avaliado por você leitor do Minuto Dinheiro. Afinal, lembre-se que você deve ser o responsável pelas escolhas dos seus investimentos, pois será você o beneficiário dos frutos!

Importante: não estamos aqui dizendo se você deve ou não aderir a uma previdência complementar, mas é importante que você entenda como funciona para poder tomar a melhor decisão para o seu bolso hoje e no futuro.

Existem 2 tipos de previdência complementar: o PGBL e o VGBL. Mas o que significam essas letras? Vamos explicar:

- PGBL: significa Plano Gerador de Benefício Livre. Esse plano é indicado para aqueles que declaram anualmente o Imposto de Renda na modalidade completa, realizam contribuições mensais para o INSS ou para algum regime próprio (ex.: servidores públicos). Os bancos “vendem” a ideia de que com esse plano você pagará menos IR, já que você pode deduzir até 12% da sua renda bruta anual e assim pagar menor IR ou aumentar a restituição. Mas o que há na verdade é um adiamento fiscal, já que quando você for efetuar o resgate, você pagará IR sobre todo o valor depositado, de acordo com a tabela regressiva da Receita Federal.

- VGBL: significa Vida Gerador de Benefício Livre. Esse plano é indicado para aqueles que fazem a declaração de Imposto de Renda na modalidade simplificada, e independente de contribuírem ou não para o INSS ou outro regime próprio, pretendem contribuir com mais de 12% da renda bruta. Os valores depositados no VGBL não podem ser deduzidos da base de cálculo do IR, e na hora do resgate, apenas os rendimentos (ganhos de capital) serão tributados.

Após saber o significado de cada plano, é importante que você tenha em mente o seguinte: nesse tipo de investimento, você entrega (autoriza que seja debitado da sua conta) mensalmente uma determinada quantia para o banco investir no seu lugar, e o banco, com base no seu perfil, vai colocar seu dinheiro em outras aplicações financeiras, investir em ações do próprio banco e de outras empresas, adquirir títulos públicos e privados, fundos cambiais, etc., de modo que ao final de certo tempo ele lhe pague um rendimento esperado.

Você pode então estar perguntando: “Mas como é que o banco vai saber qual é o meu perfil?”. Respondemos: quando você vai ao banco fazer a contratação de um plano de previdência, provavelmente responderá a um questionário padrão do banco; esse questionário irá identificar qual o seu perfil de investidor, se é mais conservador, se aceita eventuais e temporárias perdas com expectativas de ganhos maiores no futuro, etc. Com base nas suas respostas, o banco irá lhe oferecer um plano de previdência que possa ser mais adequado ao seu perfil. É que os bancos possuem vários tipos de aplicações com base no perfil de cada cliente; clientes mais conservadores tem boa parte de seu dinheiro investido em renda fixa, como tesouro direto, por exemplo; já outros clientes tem a maior parte de seu dinheiro em fundos de ações, fundos imobiliários, fundos cambiais, etc.

Ok, entendi como o banco identifica o meu perfil. Mas qual o rendimento? Varia ano a ano, de acordo com a próprio momento econômico do país e como esse dinheiro é aplicado. Apenas a título de exemplo, vamos citar os planos de previdência dos 2 dos maiores bancos do país: Banco do Brasil e Itaú. Dos 16 fundos de previdência administrados pelo Banco do Brasil, a rentabilidade nos últimos 12 meses variou entre 7,67% a 10,62% - você pode consultar o portfólio clicando aqui. Já o Itaú tem uma carteira com 39 planos (clique aqui), onde as aplicações iniciais atendem a todos os bolsos: começam em R$ 1 mil e vão até R$ 750 mil; esses fundos tiveram uma rentabilidade nos últimos 12 meses que variou entre 4,09% a até 13,33%. Outros bancos, como Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander, dentre outros, também possuem seus planos de previdência complementar.

No próximo artigo detalharemos alguns pontos que você deve levar em consideração, caso queira contratar um plano de previdência. Clique aqui para ver a segunda parte do artigo.

 

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Até a próxima.


Ademir Cruz, formado em Ciências Contábeis, leitor habitual da literatura financeira, irá demonstrar como pode ser interessante o mundo das finanças pela ótica da Bolsa de Valores.

Márcio Raimundo, investidor da bolsa desde 2009; leitor assíduo de fóruns e portais de economia e finanças, mostrará que investir na bolsa é mais simples do que se imagina.

Ricardo Rolim, formado em Administração de Empresas e um curioso em investimentos no mercado de ações e no Tesouro Direto, onde mantém aplicações.

Rodrigo D'Avila, formado em Administração de Empresas. Investe desde 2006 no mercado financeiro e pretende compartilhar nesse espaço os conhecimentos e experiências adquiridas ao longo de todos esses anos.

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