A informação foi dada pela Agência Alagoas no ano de 2014, na gestão do ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB): ao fechar as portas para a conclusão da reforma física e estrutural, o atendimento de alto risco da maternidade Santa Mônica foi transferido para o Hospital Universitário por conta de um curto circuito na rede elétrica que impossibilitou a prestação de serviços.

A informação é da coordenadora da Rede Cegonha, Syrlene Patriota, como foi divulgado na época pela própria Secretaria Estadual da Saúde. A decisão de fechar a Santa Mônica se deu no dia 25 de abril de 2014, já com obras também em andamento. Eis um problema de raiz profunda que – como frisou o atual governo do Estado – precisa ser apurado.

Na época, os 15 leitos de UTI Neonatal da Santa Mônica – além dos cinco leitos de mãe canguru – foram transferidos para o Hospital Universitário. Eis a declaração de Syrlene Patriota dada à Agência Alagoas, na época: “a Maternidade Santa Mônica já está sendo reformada e o atendimento estava restrito às gestantes de alto risco. Em razão de um curto circuito na rede elétrica, o atendimento ficou impossibilitado e, para resguardarmos a qualidade do atendimento obstétrico às usuárias do SUS [Sistema Único de Saúde], decidimos concentrar o atendimento às gestantes de alto risco na maternidade do HU”.

Quanto ao baixo risco, as gestantes foram encaminhadas a Nossa Senhora da Guia, Denilma Bulhões, Santo Antônio, Nossa Senhora de Fátima e Hospital do Açúcar.

No atual governo, tanto o governador Renan Filho (PMDB) quanto a secretária de Saúde, Rozangela Wyzomirska asseguraram o funcionamento da Santa Mônica, mesmo a obra estando inacabada. Renan Filho contrariou o posicionamento do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), que defendia não haver condições de abrir a maternidade.

Na quarta-feira, dia 18, a maternidade teve problemas por conta das chuvas. Na quinta-feira, dia 19, um curto-circuito – razão pela qual se deu o fechamento da unidade em abril de 2014 – deixou a Santa Mônica sem energia elétrica. Um problema – segundo a Eletrobras – interno da unidade de saúde. E o pior: o gerador não funcionou.

Os bebês que estavam na UTI tiveram que ser submetidos à ventilação mecânica, como noticiou o Portal CadaMinuto. Logo em seguida, já com a presença da secretária no local, houve uma verdadeira “operação de guerra” para a transferência dos recém-nascidos para outras unidades. Os que se encontram internados no Hospital Geral do Estado (HGE) ainda se encontram em quadro grave.

Quando divulgou a contratualização da reforma da Santa Mônica, o antigo governo tucano – em 2013 – apresentou um orçamento de aproximadamente R$ 32 milhões. As obras compreendiam a melhoria e a ampliação das UTIs, da Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e assegurava, na época, que estas obras não comprometeriam o funcionamento do hospital, que continuariam atendendo às gestantes de alto risco do Estado de Alagoas.

Em abril de 2014, um curto-circuito levou – como já dito no texto – às transferências e fechamento da Santa Mônica. Em fevereiro de 2015, o problema se repete.

A obra da Santa Mônica pretende aumentar a capacidade de 15 para 26 leitos. A conclusão – anunciada em 2013 – se daria em dois anos, prevendo ainda a ampliação da manutenção predial, a reforma da porta de entrada da unidade e a construção de um novo prédio, ao lado do atual, e das Casas de Parto e da Gestante.

O recurso – R$ 32 milhões – é proveniente de parcerias com o governo federal e contrapartida do Tesouro Estadual, dentro do programa Alagoas Tem Pressa. Em 2013, quando anunciada, a atual secretária Rozangela Wyzomirska era a reitora da Uncisal, que é responsável pela Santa Mônica. Acompanhava desde então a obra de perto.

Raízes profundas! 

Leia mais: Uncisal nega mortes de bebês durante transferência.

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