Pesa sobre o deputado tucano Rodrigo Cunha a expectativa de que ele assuma um “vácuo” que existe na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas: um parlamentar combativo em relação aos desmandos históricos da Casa de Tavares Bastos.

Ao longo dos últimos anos este espaço sempre foi ocupado por alguém: Judson Cabral (PT) – que não faz mais parte da composição da Casa; João Henrique Caldas, o JHC (Solidariedade) – que agora é deputado federal. Num passado mais distante – durante o auge da Operação Taturana – o atual prefeito Rui Palmeira (PSDB) cumpriu esse papel quando era parlamentar.

Por sinal, isto rendeu a Palmeira o mandato de deputado federal – por conta de ter conquistado o apoio da opinião pública – e musculatura para, em seguida, disputar o Executivo de Maceió. Ou seja: o “vácuo” do parlamento também rende lucros políticos quando ocupado de forma precisa.

Mas, Rodrigo Cunha mal assumiu o mandato e já enfrenta as “manobras políticas”. O parlamentar já chega a Assembleia – apesar de fazer parte de uma bancada com quatro deputados estaduais – como um tucano “fora do ninho”.

Rodrigo Cunha demonstrou interesse em ser o líder do PSDB dentro do parlamento estadual. Teria como concorrente na disputa por esta posição o deputado Bruno Toledo (PSDB). Porém, em um acordo da bancada – sem a presença de Cunha – quem acabou com a vaga foi o deputado estadual Gilvan Barros Filho (PSDB).

Detalhe: Gilvan Filho teve o apoio de Bruno Toledo e do mais experiente Edival Gaia (PSDB). Rodrigo Cunha foi surpreendido com o fato, como mostrou a repórter Andrezza Tavares, na edição da Tribuna Independente desta sexta-feira, dia 13.

Outro detalhe que também coloca Rodrigo Cunha fora do “ninho tucano”. Os demais de “bico azul” já voaram para dentro do governo de Renan Filho (PMDB). Aliás, eles já se encontram ao lado do peemedebista desde a eleição de 2014, mesmo com o PSDB tendo um candidato ao governo na época: o vereador por Palmeira dos Índios, Júlio Cézar.

Rodrigo Cunha não assume a posição de oposição, mas também não é um governista. Nas recentes entrevistas tem feito questão de se firmar como um parlamentar que chega à Casa de Tavares Bastos de forma “independente”. Cunha é um personagem político que pode alçar voos em Alagoas. Deve pretender isto. Resta saber se terá espaço em seu partido.  

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