O governador Renan Filho (PMDB) falou – na manhã de hoje, dia 13 – sobre o acordo que garantiu o reajuste dos militares e afastou a possibilidade da Operação Padrão, que seria a paralisação da polícia. Esta possibilidade foi afastada diante da ação do governo e do diálogo aberto com os profissionais da segurança pública.
No entanto, o governador peemedebista enfrentou uma primeira crise com o servidor dentro de um governo que tem o “cobertor curto” para negociar com as categorias. Outras reivindicações virão e algumas - como a contratação da reserva técnica da Polícia Militar e da Educação – já se fazem presentes.
O governador vai se deparar com busca por reajustes por parte de profissionais das mais diversas áreas como Educação e Saúde. O que é natural em todo governo. Todavia, pressionado pela LRF e pelo peso de promessas feitas durante campanha de valorização das categorias, como vai agir Renan Filho. O desgaste político será natural. É uma lição que está no espelho retrovisor: foi um dos pontos que mais desgastou o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que também versava sobre a necessidade de “ajuste fiscal” durante a Era Tucana.
Indaguei a Renan Filho como ele se prepara para este futuro. O peemedebista – em sua fala – afastou de imediato a comparação com o antigo governo tucano e ao mesmo tempo alfinetou. Deixou presente nas entrelinhas o discurso de que foi o governador que recebeu uma herança maligna inédita: “o limite estourado da Lei de Responsabilidade Fiscal”. Fez questão de frisar este ponto. Foi a sua versão do “nunca antes na história...”.
São justamente os impeditivos legais – com base na LRF – que são complicadores para conceder reajustes justos aos servidores públicos. “Diferentemente de outros governos, este governo recebeu o Estado com o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal ultrapassado. E isto precisa ser deixado claro, porque muitas vezes não depende apenas de vontade política. Não há legalidade para determinados tipos de atos”.
Ou seja: serão tempos de diálogos – por mais francos que sejam! – marcados pela tensão diante dos cofres do poder público totalmente comprometidos. “O que o governo precisa fazer é trabalhar com transparência. Eu dizia, na campanha política, que nós íamos agir com transparência, ética e proximidade. Foi isto que fizemos na questão dos militares”, salientou.
Renan Filho ainda define os pontos de sua visão de ação para o futuro na questão do diálogo com todos os servidores. “Transparência é apresentar os números. Ética é dizer verdadeiramente a situação que passa o Estado. Mostrar o que pode ser feito e o que não pode. De forma coerente. Proximidade é estar aberto ao diálogo. Estar preparado para numa mesa como esta sentar e negociar”.
O peemedebista diz que Alagoas vive um momento em que é preciso diálogo. Mas, reconhece que a tarefa não será fácil. “É lógico que o acirramento em alguns momentos acontece, mas da minha parte estarão sempre abertos os canais necessários para que o Estado possa dialogar com os servidores. Sempre deixando claro que vamos apresentar a situação e as dificuldades que existem. Além das questões financeiras, há as legais”.
Confira abaixo um trecho da entrevista:
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