O deputado estadual Galba Novaes (PRB) usou a tribuna da Casa de Tavares Bastos praticamente duas vezes: uma para lançar sua candidatura à presidência, tendo apenas o seu próprio voto, quando disputou com o atual presidente Luiz Dantas (PMDB); a outra foi no dia de ontem,11, para tecer fortes críticas a legislatura anterior por não ter votado o rateio do Fundeb ainda em dezembro do ano passado.

Novaes chamou a legislatura passada da Casa de Tavares Bastos de “omissa” e criticou o fato da matéria do rateio ter sido retirada de pauta. Novaes tenta ocupar um vácuo no parlamento estadual que foi deixado pela “perda” dos deputados mais “combativos”: João Henrique Caldas, o JHC (Solidariedade) e Judson Cabral (PT).  

Ressalto: a comparação é apenas pela atuação no uso da tribuna e nos espaços conquistados com os discursos, não se faz pelo mérito das falas.

JHC se encaminhou para a Câmara de Deputados. Cabral perdeu o processo eleitoral. Porém, há uma diferença de perfil entre eles. Os discursos de Galba Novaes – conforme informações de bastidores – já incomodaram alguns colegas de parlamento. Por dois motivos: o primeiro é que são longos, ultrapassa o tempo regimental e quando isto acontece, Novaes sempre alfineta a Mesa Diretora dizendo que estava acostumado com um local mais “democrático”.

Ele faz referência à Câmara Municipal de Maceió. Quando era vereador, Novaes usava a tribuna sem limite de tempo. Já chegou a fazer discursos durante mais de 50 minutos. O segundo ponto: Novaes utiliza da ironia para as alfinetadas. Ironizou a candidatura de Luiz Dantas, afirmando que esta foi posta sem proposta para os demais deputados. Travou um embate com Antônio Albuquerque (PRTB) justamente por conta do tempo da fala. Ontem, mais uma vez fez questão de alfinetar a Casa.

Como era esperado, Novaes trouxe para si alguns dos holofotes da imprensa. Ao mesmo tempo, o incomodo de alguns parlamentares. Se na primeira sessão desta legislatura o embate foi com Albuquerque. Agora, o embate se dá com o deputado estadual João Beltrão (PRTB).

No dia de ontem, ao falar que a legislatura era omissa, Novaes foi enfático: “se soubesse de quem era a responsabilidade eu personalizaria, mas não sei quem é, se alguém me dissesse eu falaria para a pessoa que ela não fez nada”. João Beltrão tomou as dores da Casa: “nós não fomos omissos, simplesmente não quisemos votar e deixamos para esse período agora. Vossa excelência (Galba Novaes) não estava aqui, não é bom fazer julgamento de uma coisa que não viu”.

Houve também embates com o vice-presidente da Mesa Diretora, o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT).

Novaes vem de um parlamento-mirim – a Câmara Municipal de Maceió – onde era um dos que mais usava a tribuna, mais apresentava projetos de lei e não se preocupava tanto com o tempo de fala na Casa de Mário Guimarães, mesmo já tendo sido alertado por colegas daquela Casa. Agora os tempos são outros e nos “corredores” da Assembleia Legislativa o que se fala sobre Novaes é o seguinte: “ele precisa se adaptar para evitar mais embates”.

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