De acordo com as informações repassadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) à Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal), a Eletrobras Distribuição Alagoas não é apenas a pior empresa do setor elétrico do Nordeste e a terceira pior do país no atendimento ao consumidor. Ela também enfrenta uma situação econômico-financeira “insustentável”.

Ou seja: em uma época de crise no setor elétrico, em que a energia se torna mais cara para os consumidores (em março o reajuste pode chegar a 83%), os alagoanos – além de pagar caro – terão que conviver, caso nenhuma medida seja tomada, com um dos piores serviços do país.

Diante dos reajustes autorizados e da insatisfação da população com a conta de luz mais cara, a Aneel demonstra a preocupação da crise ser ampliada pela insatisfação do consumidor. Por esta razão, A Agência Nacional convocou os responsáveis pela regulação de cinco estados da federação. Dentre eles, Alagoas.

O objetivo é intensificar as fiscalizações e cobrar que as empresas passem a prestar um melhor serviço. Caberá a Arsal – neste plano de ação da Aneel – a tarefa mais árdua: lidar com a Eletrobras Distribuição Alagoas que – repito! – é a pior do Nordeste, a 3ª pior do país e sem viabilidade econômico-financeira. Em outras palavras: sem recursos necessários para os investimentos que se fazem urgentes para a melhoria dos serviços.

Uma tarefa hercúlea que vai cair no colo do próximo presidente da Arsal, Marcus Vasconcelos. Por enquanto, o comando da Agência ainda é exercido pelo diretor-presidente Waldo Wanderley, mas este já se encontra de saída. Depende apenas da indicação de Vasconcelos ser aprovada pelos deputados estaduais. O documento assinado pelo governador Renan Filho (PMDB) já foi encaminhado para a Assembleia Legislativa.

Buscar medidas para reverter os índices negativos é o plano determinado pela Aneel, conforme Waldo Wanderley. A Arsal terá por obrigação cobrar melhorias do serviço em Alagoas. De acordo com Waldo Wanderley, assim o fará, como já vem fazendo.

Conforme informações da assessoria de imprensa da Arsal,  “em Alagoas, as reclamações mais frequentes registradas na Ouvidoria da Aneel dizem respeito aos itens: rapidez na volta de energia e fornecimento sem interrupções. Em seguida, surgem queixas associadas ao faturamento, flutuação nos níveis de tensão, atendimento e cobranças indevidas na fatura. No ano passado, a Ouvidoria registrou 538 reclamações – 283 somente em Maceió – e 6.149 solicitações de informações”.

 Detalhe: o relatório aponta uma piora de 148% - comparando com 2013 – acerca do tempo médio levado para a empresa Eletrobras responder à Aneel sobre as reclamações dos consumidores. Como se não bastassem tantos índices negativos, “o número de interrupções no fornecimento de energia no Estado está acima do estabelecido e classifica a situação”, afirma a Arsal em matéria divulgada pela sua assessoria de imprensa.

“O objetivo da Aneel é melhorar a prestação do serviço e reduzir o número de reclamações por parte dos consumidores. A Arsal irá acompanhar e fiscalizar a execução do plano, colaborando para que essas metas sejam alcançadas”, explica Waldo Wanderley. A Arsal já realiza – que se frise – fiscalizações rotineiras durante todo o ano na área de energia elétrica.

O problema é como mudar a realidade de uma empresa que tem sua situação econômico-financeira “insustentável”? Qual o montante de investimento necessário para que o alagoano tenha um serviço de energia elétrica de qualidade sem que isto pese ainda mais em seu bolso? Seria a Eletrobras uma empresa irrecuperável?

A Arsal firmou o convênio com a Aneel para a fiscalização do setor elétrico no início de abril de 2002. Aceitou dividir o “abacaxi” de tentar colocar a Eletrobras nos eixos.  Boa sorte ao próximo presidente da Arsal diante de tal incumbência que terá pela frente... As reclamações em relação aos serviços da Eletrobras podem ser feitas à Ouvidoria da Arsal/Aneel: 0800 727-0167. Boa sorte aos ouvidos! 

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