Pressionado diante das movimentações de bastidores políticos e da candidatura avulsa do senador Luiz Henrique (PMDB/SC) à presidência do Senado Federal, não restou alternativa ao presidente do Congresso Nacional, o alagoano Renan Calheiros (PMDB) a não ser se posicionar também na disputa antes do esperado por ele mesmo.
Renan Calheiros confirmou que é candidato à reeleição no Senado Federal. Em 2014, o próprio Calheiros – por estratégia – tinha mantido o silêncio o tempo todo e até negado que disputaria a presidência da Casa. No entanto, já era sabido que Calheiros buscava evitar os holofotes da imprensa, fugindo, desta forma!, de um desgaste em função de denúncias envolvendo o seu nome.
A mídia nacional poderia – inclusive – retomar os escândalos envolvendo Renan Calheiros quando este ocupou a presidência, em 2007. O peemedebista alagoano queria conduzir o processo nos bastidores, confirmando sua candidatura apenas no domingo, dia 1º de fevereiro, como sendo uma indicação unânime da bancada do PMDB. Um enxadrista!
A indicação da maior bancada faz parte da tradição histórica do Senado Federal. No entanto, os planos de Calheiros foram atropelados pela movimentação do PSB que ameaça lançar o senador Antônio Carlos Valadares (Sergipe) e pela insatisfação entre peemedebistas que não querem o nome de Renan Calheiros e apontam a candidatura de Luiz Henrique.
Luiz Henrique confirmou que é candidato no dia de hoje. Em sua coletiva chamou a atenção o apoio do senador Benedito de Lira (PP), que demonstra satisfação com a candidatura do catarinense em função de ser um adversário de Renan Calheiros na Terra dos Marechais.
Renan Calheiros não falou sobre a pressão dentro do PMDB pela antecipação da candidatura. Calheiros se colocou como sendo o nome da maioria da bancada peemedebista e que estaria indo para a “missão” da reeleição. O senador alagoano é o favorito na disputa.
Ao confirmar a candidatura, o presidente do Senado Federal destacou que “agradece a manifestação da bancada”. “Eu tenho a dimensão histórica do que significa a indicação do PMDB. O partido conquistou o direito de indicar o candidato ao presidente do Senado”.
De acordo com Renan Calheiros, ele teve o apoio de 15 senadores. “O povo brasileiro deu ao PMDB a missão de fazer valer esse direito de indicar o nome para a presidência da Casa. Ninguém pode revogar esse direito”. O peemedebista alagoano ainda alfinetou Luiz Henrique ao afirmar que teve a maioria do partido e que era preciso respeitar a proporcionalidade, o estatuto e o regimento do Senado Federal.
Calheiros negou que haja “racha” dentro do PMDB diante do fato de sua indicação não ser unânime. “O PMDB é grande e democrático e se manifestou por 15 senadores. 80% da bancada. Não é divisão; é democracia”, salientou. Para Renan Calheiros, o papel do PMDB como maior bancada “é insubstituível”.
Ele ressalta que agora é “aceitar a proporcionalidade e as indicações dos partidos. O Congresso não caminha por projetos pessoais e candidaturas avulsas. É fundamental não revogar as normas que conduzem o parlamento”.
Questionado sobre se conseguiria ganhar as eleições, Renan Calheiros frisou que esta resposta só viria no domingo, dia 1º, quando a eleição ocorresse. “O papel do presidente do Senado é complexo. Não se pode se colocar candidato a reeleição atropelando eventuais interesses que existam na bancada. Respeito à bancada, a proporcionalidade para só então procurar os outros partidos”, finalizou Calheiros.
A coletiva de Renan Calheiros foi acompanhada pelo site Política Real, parceiro do CadaMinuto nas coberturas em Brasília (DF).
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