O dia de hoje será uma sexta-feira decisiva para o PMDB. O objetivo da legenda é definir os rumos que irá tomar na disputa pela presidência do Senado Federal. O atual presidente, senador Renan Calheiros (PMDB/AL), evita antecipar a candidatura.

O objetivo de Calheiros era jogar com o “silêncio” e surgir como consenso do partido no próximo domingo, dia 1º, quando ocorre a eleição da Mesa Diretora do Senado Federal. O peemedebista alagoano quer ter mais de 60 votos.

O que Calheiros não contava é com as movimentações dentro da própria sigla, após o PSB cogitar a candidatura do senador sergipano Antônio Carlos Valadares (PSB). Isto fez com que, dentro do PMDB, outros nomes também se animassem para a disputa, como é o caso de Luiz Henrique.

A expectativa é que o PMDB bata o martelo hoje. Mas, mesmo com maioria dentro da legenda, Renan Calheiros pode ter uma surpresa. Luiz Henrique estuda a possibilidade de se lançar em candidatura avulsa. São dois dias apenas para trabalhar os entendimentos de bastidores.

Renan Calheiros é – no atual cenário – o favorito para comandar o Senado, chegando ao terceiro mandato. Todavia, não contava com o desgaste que vem enfrentando. Esperava remar em mares calmos até o dia da eleição.

O senador Eunício Oliveira foi escalado para se reunir com Luiz Henrique. Antes do encontro oficial, Oliveira – conforme o site Política Real – conversou com os senadores peemedebistas Romero Jucá, Waldermir Moka e Ricardo Ferraço e com o próprio Renan Calheiros.

O PMDB não quer desagregar o ambiente partidário. Oliveira espera se reunir com a bancada peemedebista às 17 horas. Enquanto isto, Luiz Henrique vem buscando apoios na oposição. Em especial junto aos senadores do PSDB. Ele quer o apoio dos tucanos Aloízio Nunes e Aécio Neves.

Neves tem restrições – conforme o site Política Real – ao nome de Luiz Henrique, por ser mais “aliado” de Dilma Rousseff (PT) que o próprio Renan Calheiros. O peemedebista alagoano, pelo menos, ainda tem confrontado o governo em algumas matérias quando chamado a defender a autonomia do Senado Federal. Em outras, como foi o caso da meta fiscal, executa o papel de “trator governista”.

Os tucanos devem decidir o rumo do partido apenas no sábado, 31. Retornando à candidatura de Luiz Henrique, ele calcula – nos bastidores – que pode chegar a 45 votos numa votação aberta. Ou seja: enxerga a si mesmo como uma ameaça ao senador Renan Calheiros.  Será que o peemedebista de Alagoas teria seu favoritismo ameaçado? Diferente da Câmara de Deputados, a eleição no Senado se dá em surdina e pelos corredores. 

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