Em entrevista às Páginas Vermelhas da edição desta sexta-feira, dia 30, do CadaMinuto Press, o ex-prefeito de Maceió e futuro deputado federal, Cícero Almeida (PRTB), praticamente já deixou claro o seu destino: deve sair do PRTB para uma sigla recém-criada, assim não corre o risco de perder o mandato por infidelidade partidária.
A informação já havia sido antecipada por este blog.
Almeida alega o isolamento na Câmara de Deputados, como já havia feito em entrevista a este blogueiro. Na entrevista concedida à jornalista Candice Almeida, o futuro deputado federal apenas diz que tem “expectativa” pela mudança da legenda e que o PRTB já se encontra “consciente disso”.
“Vamos primeiro tomar posse e depois analisar o que é melhor. Eu preciso de um partido para fazer com que ele cresça no Estado de Alagoas”, afirma Almeida. Na frase – portanto – está implícita a estratégia política do ex-prefeito: retomar um plano que iniciou lá atrás quando buscou uma legenda em que fosse o “cacique” para montar um grupo e ter vida própria no xadrez político.
Esta ausência de “vida própria” tirou Cícero Almeida da disputa pelo governo do Estado de Alagoas, em 2010, por exemplo, quando ele era do PP do senador Benedito de Lira. Lira – por comandar o partido – se lançou candidato ao Senado Federal em um acordo com o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Almeida foi praticamente excluído do processo.
Se quiser chegar a 2016 com condições de disputar a Prefeitura Municipal de Maceió, Almeida terá que ser o “dono” de uma legenda para não depender de ninguém. Um dos fatores – conforme bastidores – que motivam a mudança de sigla. Cícero Almeida não confirma isto na entrevista, mas nas entrelinhas é possível perceber os planos em longo prazo.
“O PRTB, infelizmente, não me deu esta oportunidade (de crescer no Estado de Alagoas)”, coloca ainda o ex-prefeito em uma de suas declarações dadas à Candice Almeida. O futuro parlamentar ainda revela que o PRTB é muito “dividido internamente e eu não quero criar constrangimento para ninguém”. Cícero Almeida ainda reconhece que o que faltou a ele em sua carreira política foi ter um partido para conduzi-lo politicamente no Estado. “Foi o que me faltou durante muito tempo”.
Sobre as possibilidades de “nova casa”, Almeida analisa a fusão do PL com o PSD, a criação do PMB ou outra legenda que apareça, como o partido que está surgindo em São Paulo. A palavra para ele – na hora da escolha – é “autonomia”. O ex-prefeito já sinaliza para a criação de um grupo político para futuro próximo: “se isso realmente acontecer nós vamos fazer uma seleção de homens de bem, bem intencionados, pessoas que não sejam alijadas dentro da política, para que a gente possa inovar o máximo que a gente puder e depois, quando a gente parar, possa sair e sair grande”.
O ex-prefeito não admite, mas é obvio que o foco é a disputa da Prefeitura Municipal em 2016. No discurso, a ideia é não antecipar o pleito. Em relação a disputar o mandato de prefeito mais uma vez, enfrentando o atual prefeito Rui Palmeira (PSDB), ele apenas ressalta: “se for da vontade do povo e assim a sociedade entender que eu deva voltar, de forma responsável, como sempre agi, sem passar por cima de ninguém, sem desrespeitar ninguém, não tenha dúvidas de que eu toparei sim. Por que não? É a minha capital, é o meu estado, enfim, é a cidade do meu coração”.
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