Crise da água: O Nordeste tem o que ensinar ao Sudeste

26/01/2015 09:22 - Voney Malta
Por Voney Malta

2015 promete ser um ano de contenção de custos e ajustes na economia. Aumento de impostos, taxas, combustíveis, energia, financiamento, e até de falta de chuva na região mais rica e populosa do país.

No entanto, nem tudo é notícia ruim. Momento de dificuldade também significa oportunidade. De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae, 80% dos donos de micro e pequenos negócios estão confiantes e demonstram interesse em manter ou ampliar os investimentos previstos para este ano.

Numa outra questão, a escassez de chuvas no Sudeste e Centro Oeste brasileiro será um momento de oportunidade e discussão sobre os recursos hídricos, os investimentos necessários e rápidos que precisam ser feitos, assim como a questão ambiental.

Além do mais, o Nordeste tem muito que ensinar sobre este fato. Por aqui já sabemos que teremos que conviver com a estiagem. A escassez de chuvas no Ceará, por exemplo, entrará no quarto ano consecutivo. Tanto lá quanto em Alagoas não se tem falado em racionamento de água.

Claro que ainda há necessidade de distribuição de água para consumo humano e animal através de carros-pipa. Mas o sofrimento também foi reduzido com o programa do governo federal de construção de cisternas.

A crise nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde até recentemente havia abundância e desperdício de água, revela uma crise de proporções imensas e históricas.

Porém, como tudo, também é uma oportunidade. Durante décadas o Brasil negligenciou e descuidou dos mananciais. A mudança climática bate em nossas vidas. 2014 foi o ano de temperatura mais elevada desde 1880.

Os estados mais ricos se fartavam de água. Enquanto os do Nordeste eram vistos como famélicos, miseráveis incompetentes, pedintes por ajuda, por alimentos e água.

A realidade mudou. Ela nos mostra que é preciso um plano conjunto entre estados, municípios e União para uma transformação necessária quanto a exploração dos recursos naturais.

O Nordeste tem muito o que dizer e precisa ser ouvido.

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