A cada dia que passa só aumenta o desgaste da classe política com as denúncias de corrupção na Petrobras. O que fica claro, e não é novidade, é a utilização do esquema para o finaciamento de campanhas eleitorais, uma estratégia espalhada e entranhada na maioria dos estados e municípios.

Caso essa sangria não venha a ser estancada claramente com a reforma política, alguns dos personagens serão trocados, mas o alimento da política permanecerá seguindo o mesmo percurso. Basta ver como funciona, por exemplo, o poderio político amealhado por grande parte dos deputados estaduais alagoanos: o duodécimo da Assembleia.

E nesse início de ano bastante conturbado – crise política, energética, estiagem no Centro-Sul, disputa do PT e PMDB pela presidência da Câmara, eis que surge o marqueteiro de Dilma Rousseff para lançar um livro-desabafo sobre as eleições de 2014.

João Santana é daqueles profissionais de primeiro time. Durante a campanha faz o seu trabalho com a maestria de uma hiena, atacando e recuando no momento devido, atingindo o adversário em sua maior fraqueza, desconstruindo imagem, sempre alimentado por informações científicas que fortalecem e protegem o seu candidato.

Passado o pleito o momento é outro. O que foi dito e prometido pode ser desdito e refeito. Eleição é emoção. Governar é a realidade diária. E esse é um problema para ser resolvido pelo eleito e seus auxiliares. Como agora com a presidenta Dilma, alvo de críticas da oposição e até do seu próprio partido pela guinada que deu para o lado do mercado financeiro, aumento de taxas e tributos, enfim.

Bom, sobre o livro Santana diz que é um desabafo. Nega que tenha feito uso profissional da baixaria, mas que o marqueteiro de Aécio fez o uso amador da mediocridade. Sobre Marina Silva diz que ela “não revidou as nossas críticas ou por ingenuidade, ou fragilidade teórica ou por soberba”.

O site brasil247.com.br publica uma reportagem sobre o tema. Você pode ler abaixo:

247 – No livro “João Santana: um marqueteiro no poder”, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho, o homem que comandou a campanha da reeleição de Dilma Rousseff diz que ‘chegou a hora de desabafar’ sobre os adversários de 2014:

"Estamos vivendo um momento raro na nossa política, que é o dos derrotados fanfarrões. Tenho escutado muita coisa calado, mas acho que é uma hora boa de desabafar."

Ele nega acusações sobre o tom de sua campanha e ataca o PSDB: "É mentira que nossa campanha tenha feito uso profissional da baixaria. Mas é verdade que a dele fez uso amador da mediocridade", diz ele sobre o marqueteiro de Aécio Neves (PSDB), Paulo Vasconcelos.

Sobre a candidata do PSB, disse: “Marina não revidou as nossas críticas ou por ingenuidade, ou fragilidade teórica ou por soberba”.