Tudo caminha para que o próximo presidente da Assembleia seja o deputado Luiz Dantas (PMDB). O que tem sido comentado é que a futura Mesa Diretora irá fazer uma profunda auditoria na folha de pagamento. Caso realmente ocorra será mais do mesmo.

De 2007 pra cá umas sete auditorias foram feitas na folha de servidores efetivos, comissionados, aposentados e pensionistas, inclusive ocorrendo censo de servidores. Folhas de pagamentos são reveladas com os nomes de servidores contratados irregularmente e, em alguns casos, com salários elevados e ilegais.

Nos momentos de crise e de exposição dos malfeitos de uma gestão a estratégia é só para enganar a opinião pública. Os contratos com fornecedores e os convênios não são revelados. E esse é verdadeiro caminho de ouro que fica no silêncio. Quem assume o comando do Legislativo renegocia os valores nos gabinetes, sabe-se lá se com os números pra cima ou pra baixo.

O caminho para que a verdade efetivamente se torne realidade está na transparência dos gastos, no cumprimento da lei, algo que o Ministério Público tem perseguido. Para isso é fundamental uma resposta rápida do Judiciário nessa questão.

Caso contrário continuaremos enxugando gelo numa luta absolutamente desigual. E o parlamento seguindo pelo caminho dourado da impunidade, da má gestão e do descompromisso com o povo de Alagoas.

Dizem que o governador Renan Filho também está empenhado em mudar essa realidade. Uma das questões é financeira mesmo, pois o Estado precisa reduzir despesas. Além disso, pensa além, pensa no seu futuro político recém iniciado. Para isso sabe que não pode ficar refém da ambição desmedida dos deputados.

Por outro lado, caso a futura Mesa exponha apenas a questão dos servidores e não divulgue nada sobre contratos e convênios, ficará claro que nada vai mudar.

Aí Renan Filho vai sofrer. Nós também. Só que muito mais.