Em recentes entrevistas, o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB) tem chamado atenção para problemas deixados pela administração do seu antecessor ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).

O peemedebista pontuou as dificuldades financeiras do Estado de Alagoas, o fato da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estar com o “limite estourado” em relação ao gasto de pessoal, além de ter recebido o Executivo com um débito de R$ 300 milhões e um déficit estrutural de R$ 700 milhões/ano.

Mais recentemente – como foi posto pelo jornalista Davi Soares em seu blog – Renan Filho destacou que o helicóptero destinado a Defesa Social estava sem voar porque o governo do Estado de Alagoas (na gestão tucana) não teria pago o seguro.

O atual governo disse que pagaria e que a aeronave voltaria a sobrevoar para ajudar no combate ao crime.  A cada dia do novo governo uma nova informação aponta para problemas deixados pelo anterior. Além do helicóptero, hoje também foram expostas pela imprensa problemas que quase geram a falta de merenda escolar na rede estadual de ensino.

Indaguei o ex-governador Teotonio Vilela Filho sobre estas questões. O tucano ressaltou que só vai se pronunciar quando o atual governo tiver feito todo o levantamento das contas e das informações da gestão passada de Alagoas.

“Eles ainda estão fechando as contas. Eu vou aguardar para me pronunciar para não ficar rebatendo ponto a ponto. Eles estão tomando pé. Eu pedi ao Renan Filho, na transição, que indicasse logo o Secretario da Fazenda para que acompanhasse tudo junto com o Maurício Toledo (ex-secretário) para que ficasse claro”, destacou o governador.

De acordo com Vilela, quando o governo fechar todas as informações sobre a situação em que recebeu a administração estadual, o próprio ex-secretário Maurício Toledo vai se pronunciar também sobre os números. O que deu para sentir – do diálogo rápido que tive com o ex-governador – é que se quer evitar o clima de troca de farpas na imprensa.

Semelhante ao que ocorreu durante os anos da gestão tucana, o governo peemedebista também tem ressaltado as dificuldades impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Renan Filho tem anunciado medidas de cortes de gastos, como no caso da redução do número de comissionados.

Algumas promessas de campanha – como a contratação da Reserva Técnica – estão ainda em estudos, que são feitos com o acompanhamento da Defesa Social. O governador Renan Filho fez uma grande reunião com os secretários de Estado para buscar medidas de controle de gastos, melhorias na arrecadação, superação das dificuldades financeiras, dentre outros pontos administrativos.

Renan Filho ressaltou a necessidade de adotar medidas em busca de austeridade e do não desperdício de recursos. Indagado, pela jornalista Vanessa Alencar, se estas medidas seriam populares ou impopulares, o governador peemedebista disse não saber, mas que elas seriam necessárias.

Agora é aguardar o que Vilela – e sua antiga equipe na pasta da Fazenda – tem a dizer sobre a situação que vem sendo apresentada pelo atual governo.  Afinal, o tucano – ao final de seu mandato – disse que estava saindo pela porta da frente e deixando um Estado melhor do que aquele que encontrou.

Vale lembrar que, há oito anos, Vilela assumiu o Estado também apresentando, na época, um rombo de mais de R$ 400 milhões do governador anterior do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT).  O tucano entregou uma vasta documentação ao Ministério Público Estadual – em 2010 – sobre a situação financeira do Estado que foi encontrada por sua gestão. Semelhanças entre discursos históricos e preocupação com “rombos” são elementos presentes nos dois governos. 

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