O vereador Silvânio Barbosa (PSB) tem sido um dos ferrenhos críticos da gestão do prefeito Rui Palmeira (PSDB). Em recente entrevista ao CadaMinuto Press, Palmeira colocou – inclusive – que era uma oposição que não fazia críticas construtivas, mas se constituía de um discurso vazio.
Em entrevista ao Jornal do Povo – pela Rádio AM 710 – Silvânio Barbosa – que está em seu primeiro mandato – reagiu às críticas e sobrou até para os colegas da Casa de Mário Guimarães. Sem citar nomes, Barbosa disse que alguns edis da base governista são subservientes e aderem ao governismo em troca de “cargos em postos de Saúde”.
Um Silvânio Barbosa com um discurso bem diferente do que tinha no ano de 2013, quando tecia inúmeros elogios ao prefeito Rui Palmeira e a sua gestão. Indagado sobre a mudança de postura tão repentina, o edil do PSB disse que “cansou, como tudo na vida cansa”.
De forma irônica, sentenciou: “o Silvânio deixou de ser o Silvânio bajulador – vou usar esse termo – para passar a ser o Silvânio cobrador 100%. Mas, a minha bajulação vinha sempre acompanhada de uma cobrança de que o prefeito iria encontrar os caminhos e os mecanismos para de fato evoluir a cidade de Maceió. Continuo aguardando, mas não ando mais bajulando o prefeito”.
O excesso de elogios virou críticas, inclusive com pedido de Comissão Especial de Investigação (CEI) para o que Barbosa alega serem irregularidades na Saúde. “Eu continuo brigando pela CEI. A dificuldade enorme é que os nossos colegas (os demais vereadores) representantes do povo de fato deveriam exercer o poder de representar o povo e não (de representar) o poder Executivo. Ser base governista é uma coisa, mas é preciso isenção e autonomia. Todos os meus pronunciamentos, mesmo quando estava na base do prefeito eram com cobranças severas em relação à Saúde. Continuamos com o mesmo rombo na Saúde. Falta gestão e eficiência. Dinheiro tem”.
Barbosa deixou entender que não encontra o apoio dos pares porque “alguns vereadores são subservientes”. “Não peço cargos no posto de Saúde como alguns colegas meus fazem. São colegas meus, vereadores, que comem carne com osso insatisfeitos porque entre a carne com osso e não ter nada, é melhor a carne com osso”.
E não faltaram questionamentos em relação ao trabalho dos colegas. “Que Câmara é essa? Que apoio é esse em defesa do povo? Se o prefeito mandar para lá qualquer coisa que é do interesse dele, se não fosse a minha atuação que me exponho, seria aprovado. Mas, eu fui eleito para isto e não para fazer média”.
Questionado sobre o que espera da gestão de Kelmann Vieira (PMDB), Silvânio Barbosa disparou: “espero que o Kelmann aja melhor, com muito mais responsabilidade e que tenha pulso para fazer cumprir o Regimento. Coisa que o meu ex-presidente não teve. O Kelmann vai ser mais forte no sentido de adotar uma política de desenvolvimento na Casa, onde possa corrigir erros antigos. A Câmara precisa de uma gestão eficiente, que não faça média e que não tenha medo de determinar as coisas. Eu acredito que esta Mesa terá condições de fazer isto”.
Sobre o aumento de duodécimo, Silvânio Barbosa disse que a Câmara não sobrevive sem o reajuste aumentando o valor em função “da média que fizeram no passado”. “Foi dado aumento a servidor só para poder se beneficiar do processo eleitoral. Foi convocado um concurso público sem levantamento, pois tem muita gente em processo de aposentadoria na Câmara”.
Barbosa disse que tem gente que “não dá um dia de serviço na Câmara” porque o prédio sede onde ela funciona atualmente não tem espaço. Indagado se seriam fantasmas, disse que não. “Fantasma é quem não existe. Eles não vão trabalhar porque não tem onde. A Casa é pequena para tanta gente. A Câmara não dá condições de trabalho. Então, ele vai fazer o que lá”.
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