O discurso do novo chefe do Gabinete Civil do governo de Alagoas, Fábio Farias, dentre vários pontos, se destacou em um: passar a imagem de um governo que não tem supersecretário e que, apesar de ter fechado a equipe apenas às vésperas da posse do governador eleito Renan Filho (PMDB), inicia a gestão com um grupo sólido e unido onde todos possuem o mesmo peso.
A composição de secretariado de Renan Filho seguiu – como em todas as administrações – critérios técnicos e políticos. Atendeu aos aliados de primeira grandeza, como é o caso do senador Fernando Collor de Mello que indiciou Álvaro Vasconcelos para a Agricultura, garantiu espaços ao PT (Desenvolvimento Social), ao PCdoB (Esportes) e ao PDT com a indicação para o Trabalho.
Mas também buscou nomes pela experiência administrativa, como é o caso e George Santoro na Fazenda.
O leque de alianças foi mantido. Tanto que Fábio Farias fez questão de agradecer ao bloco aliado das eleições de 2014 ressaltando – em outras palavras – que esta seria a base da governabilidade. “Somos uma equipe. O poder não pode gerar o isolamento”, colocou Fábio Farias.
A dificuldade dos grandes blocos políticos é o surgimento de ilhas dentro de secretarias que, por acaso, sejam entregues de “porteira fechada”. Foi o que resultou – por exemplo – em erros tremendos na pasta de Educação durante a Era Tucana do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). A pasta ficou parecendo um governo a parte.
O governo tucano ainda teve embates internos dos que foram alçados ao patamar de supersecretários, como foi o caso de Marco Fireman (Infraestrutrura) e Luis Otávio Gomes (Planejamento). Tiveram muita força durante suas gestões e – conforme bastidores – chegaram a entrar em rota de colisão, o que se tornou visível nos momentos que antecederam as eleições de 2014.
São questões das quais – pelo menos oficialmente – o atual governo tenta se afastar. Não se quer passar para a opinião pública a imagem de um supersecretário dentro da nova administração estadual, apesar de ter sido entregue ao vice-governador Luciano Barbosa a missão de ser o timoneiro de uma das principais promessas do governo: “a revolução na Educação pública”.
Fábio Farias destaca – no entanto – que os objetivos só serão alcançados com “trabalho integrado de duas, três ou mais secretarias e que estas poderão contar sempre com o Gabinete Civil para realizar a integração” na construção do que chamou de relações de “estreitamento e parceria”. E aí, Farias foi enfático: “não há supersecretário neste governo”.
O raciocínio de Farias é acompanhado por Luciano Barbosa (o primeiro nome do governo a ser alçado, nos bastidores, ao posto de supersecretário em função da pasta que ocupa e de ser o vice-governador). O peemedebista frisa: “toda política pública não é definida por uma única secretaria. É preciso trabalho de interlocução para todas as políticas públicas acontecerem com eficiência”.
Barbosa afasta o rótulo e também ressalta a importância de trabalho em equipe. Destacou as reuniões que aconteceram nos primeiros dias de governo, por exemplo. A secretaria de Farias – conforme ele mesmo – será agente ativo nesta interlocução entre pastas e com os podres constituídos.
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