Passada a campanha eleitoral e suas promessas mirabolantes de que todos os problemas serão resolvidos, a hora é de colocar pés no chão, ter conhecimento da realidade e formação de uma equipe confiável e competente.

É fato que nos últimos meses as polícias estão atuando com maior firmeza no combate à criminalidade, especialmente na grande Maceió. Pra muita gente que entende da questão, uma forma de mostrar visibilidade ao governo que está prestes a assumir com o objetivo de permanecer no cargo ou continuar em alguma área de comando.

Afinal de contas, é fato que segurança foi um desastre na gestão do governo tucano. A sensação de insegurança não foi alterada, apesar de todo o apoio financeiro e logístico do governo da presidente Dilma, outrora elogiadíssimo pelo governador Vilela, ultimamente criticado e culpado por ele.

Tudo bem. Coisas de político, do mesmo que tanto criticou o ex-governador Ronaldo Lessa, mas que pela primeira vez teceu elogios ao seu antecessor e ex-aliado. Provavelmente a mudança no final de gestão do discurso tenha a ver com 2018.

O governador candidato ao Senado elogia pra quebrar arestas e tentar uma aproximação ou a neutralidade de um adversário magoado. De um político profissional nenhuma palavra em público é dita por acaso, nenhuma mesmo.

Quanto a Alfredo Gaspar de Mendonça, é consenso que ele é uma esperança de evolução técnica. Dentro do Ministério Público teve uma atuação respeitável, voltada para um trabalho usando as ferramentas da inteligência, sem tergiversar, sem temer bandidos pequenos ou poderosos, detentores ou não de mandatos.

Sabe ele, entretanto, que agora enfrenta uma nova realidade profissional. Reconstruir o sentimento de segurança perdido. Para isso vai precisar realizar um trabalho individual e em conjunto com outras áreas do governo, casos da educação, cultura, esporte, por exemplo.

Recuperar a estrutura de delegacias, batalhões e companhias para resgatar o orgulho dos profissionais é importante, assim como aumentar o efetivo. O governo Dilma será ainda mais importante aliado nessa empreitada.

De fato, Alfredo Gaspar de Mendonça é um promotor com alma de policial, pois sempre que foi necessário atuou na linha de frente das ações conjuntas entre o MP e as forças de segurança.

Contudo, terá que ter – se já não tem – um algo diferente no cargo que ocupa para durar e para que os seus projetos vinguem: fazer política. Isso mesmo. Mas no sentido de saber ter o apoio dos grupos de policiais mesclando a jovem com a velha guarda, dos secretários que podem contribuir em ações conjuntas, da comunicação com a sociedade e, especialmente, do governador Renan Filho.

Fazendo isso, irá avançar e apresentar conquistas. Parece simples, mas é uma ação diária, rotineira, hercúlea.