A profissão do agente de limpeza geralmente é lembrada em duas ocasiões: no Dia do Gari, comemorado em 16 de maio, e quando há problemas na coleta ou na limpeza de uma rua. Em pleno exercício – durante todos os outros dias do ano –, a função parece sumir da nossa visão e, ainda mais grave, das nossas responsabilidades, que são compartilhadas justamente com aqueles que contribuem diretamente para vivermos num mundo melhor. Eles ajudam limpando a nossa própria sujeira.

Não parece justo, principalmente, quando sabemos quanto é simples e fácil desempenharmos o nosso papel. Além de exemplo de educação, agir de modo correto com o manejo de resíduos representa responsabilidade social e, acima de tudo, um dever de todo o cidadão.

Se a primeira lição é não descartar resíduos inadequadamente, a segunda refere-se à separação e ao acondicionamento do lixo domiciliar. Está na lei. Mais precisamente, entre os artigos 10º e 22º do Código Municipal de Limpeza Urbana de Maceió.

O artigo 11º, por exemplo, explica que: “O lixo domiciliar destinado à coleta regular será obrigatoriamente acondicionado em sacos plásticos, outras embalagens descartáveis permitidas, em recipientes e contenedores padronizados, observando-se as normas técnicas específicas”. E mais, o parágrafo 1º determina que: “O munícipe deverá providenciar, por meios próprios, os sacos plásticos, as embalagens, os recipientes e os contenedores referidos no artigo”.

E enquanto o parágrafo 2º orienta que “não poderão ser acondicionados com o lixo explosivos ou resíduos de materiais tóxicos em geral”, o artigo 12º estabelece que: “Antes do acondicionamento do lixo em sacos plásticos, os munícipes deverão eliminar os líquidos e embrulhar convenientemente cacos de vidros, materiais contundentes e perfurantes e separar os materiais recicláveis”.

Vidros e seringas

Se você já aprendeu a lição até aqui, parabéns. Já é um bom começo. É difícil acreditar, mas o assunto ainda reprova. Por exemplo, na manhã desta quarta-feira (11), a Assessoria de Comunicação da Superintendência Limpeza Urbana de Maceió (Slum) acompanhou determinado trecho do percurso realizado pelo caminhão coletor durante a coleta de resíduos domésticos no bairro Village Campestre II.

Entre o recolhimento de um saco e outro, porta a porta, em meio ao trânsito e na corrida para o sobe e desce na traseira do veículo, o gari Marcos Souza não teve dúvidas ao responder qual a maior dificuldade do ofício. “O modo como o pessoal coloca o lixo na porta”, disse ele, de maneira taxativa.

Os problemas decorrentes são os sacos rasgados – em função da disposição antes do dia ou do horário da coleta – e a inclusão de resíduos perfuro-cortantes sem o devido acondicionamento.  “Já encontramos vidro quebrado e até seringas. Eu mesmo já me acidentei por causa disso”, complementa Paulo Souza, companheiro de jornada de Marcos.

Resíduos especiais

Assim, sabemos como nossa indiferença com o lixo pode até prejudicar outras pessoas – e até a nós mesmos. Portanto, tenha atenção e cuidado ao descartar materiais que podem ferir o gari, sem esquecer que os chamados resíduos sólidos especiais – como lâmpadas fluorescentes, pilhas, pneus, baterias, resíduos hospitalares e materiais tóxicos, radioativos e explosivos em geral – não podem ser colocados junto ao lixo domiciliar. No site da Slum tem mais informações sobre os tipos de resíduos sólidos especiais e os endereços na capital para o descarte adequado: http://www.maceio.al.gov.br/slum/resíduos-especiais-2/

Ao acondicionar o lixo doméstico corretamente, o cidadão evita uma série de transtornos, inclusive para si próprio. Com a prática correta, a coleta se torna mais eficiente, as ruas permanecem limpas e o custo do município com a limpeza urbana diminui. Porém, o dever de casa tem outras questões.

Separar é preciso

Certamente você ouviu falar nos temas coleta seletiva e reciclagem. E também já sabe o quanto é importante separar o resíduo molhado (que é o lixo orgânico, as sobras de comida, aquele não serve para a reciclagem) e o resíduo seco (que é o lixo que pode ser reciclado, como os materiais feitos de papel, plástico, vidro e metal). Seja na sua casa, no seu estabelecimento ou no seu trabalho, a prática deveria ser essa. Mas nem sempre é assim.

E eis outra lição importante. Nela, o primeiro ponto é que aderir à prática da coleta seletiva também é uma tarefa muito simples e fácil. Hoje, por exemplo, bastam apenas duas lixeiras ou dois sacos. Um para o lixo molhado, que aquele que você coloca na porta de casa nos dias de coleta para o caminhão recolher e destinar ao Aterro Sanitário de Maceió.

No outro saco ou lixeira, você deposita todos os tipos de material reciclável. Ele será recolhido num determinado dia da semana pela cooperativa de catadores que tenha rota na sua região. Ou, caso você não encontre uma cooperativa, pode acordar um dia de coleta com um catador informal que passe pela sua rua. No site da Slum, você encontra o contato das cooperativas para mais informações: http://www.maceio.al.gov.br/slum/coleta-seletiva/

Por fim, outro capítulo obrigatório do tema diz respeito ao volume de lixo gerado diariamente. “Quem gera acima de 100 litros de resíduos por dia deve contratar empresa licenciada para coleta e destinação final”, lembra o coordenador de fiscalização da Slum, Carlos Tavares.

O Código de Limpeza Urbana de Maceió desobriga a Prefeitura de realizar a coleta nesses casos. Portanto, se esse é o seu caso ou o do seu estabelecimento comercial, obtenha um Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR) junto às empresas licenciadas. Esse será o documento solicitado pelos agentes de fiscalização da Slum para que a destinação correta do lixo gerado seja comprovada.