Na reta final das discussões dos bastidores políticos do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, o conselheiro Otávio Lessa – que disputa a presidência contra o atual presidente Cícero Amélio – trabalha para ser um nome de “unidade” dentro da Corte e diz que há espaço de diálogo, inclusive, com Amélio para construir um consenso.

Conversei com Otávio Lessa sobre o processo eleitoral do Tribunal, na manhã de hoje, dia 09, e o conselheiro se mostrou confiante, mas disse que ainda é preciso “cautela no processo eleitoral”. “As eleições tem que ser realizadas e eu estou tento cautela, pois é importante neste momento. Sou candidato – evidentemente –por haver uma possibilidade real de ser eleito”.

Há 12 anos no Tribunal de Contas do Estado, Lessa acredita que chegou o momento de construir uma candidatura de “unidade”, que seria ele!, e promover a alternância. “A alternância é salutar em qualquer disputa”. Otávio Lessa ainda revelou – em entrevista ao blog – que a decisão dele e dos conselheiros Rosa Albuquerque, Anselmo Brito, Luiz Eustáquio Toledo de se inscreverem para concorrer a apenas um cargo foi tomada em conjunto.

Isto confirma o que foi relatado pelo blog: uma decisão conjunta que faz com que Otávio Lessa já tenha os votos de Rosa Albuquerque, Anselmo Brito e Toledo. “É o que eu espero que aconteça, pois discutimos para buscar esta unidade e assim fortalecermos o Tribunal. Inscrevemos-nos – após conversamos – cada um para um cargo, para não colocar todos disputando todos os cargos. Há 12 anos que eu prego a unidade na Corte”, salientou ainda o conselheiro.

Lessa ainda comemorou a adesão da conselheira Maria Cleide. Ela retirou sua candidatura, na semana passada, e declarou apoio ao conselheiro Otávio Lessa. Com mais um voto, Lessa – se nada mudar daqui até o dia da eleição (15 de dezembro) – já pode ser apontado como o próximo presidente do Tribunal de Contas. Nos bastidores, o conselheiro Cícero Amélio foi praticamente isolado.

Amélio enfrentou diversas crises no comando da presidência. Estas culminaram em uma ação que pede seu afastamento, com base em supostas irregularidades que teriam sido cometidas pelo atual presidente. Tratei do assunto aqui no blog em postagens passadas. As ações são de autoria do Ministério Público de Contas, mas contam com o apoio de conselheiros, como é o caso de Anselmo Brito.

Otávio Lessa disse que há simpatia dos conselheiros Rosa Albuquerque, Luiz Eustáquio Toledo (que deixará o Tribunal no início do ano que vem), Anselmo Brito e Maria Cleide a sua candidatura e que isto se encaminha para a “unidade” tão citada em seu discurso. Questionei se ainda havia espaço para diálogos com o atual presidente Cícero Amélio, já que este se inscreveu para todos os cargos.

“Claro que há espaço para Cícero Amélio. É um conselheiro do Tribunal e entendo que é importante o diálogo e o entendimento e vamos vê se esta conversa chega ao Amélio, pois a alternância se faz necessária”.

Indaguei ainda sobre a influência externa na eleição do Tribunal. São citados os deputados estaduais Olavo Calheiros (PMDB) e Antônio Albuquerque (PRTB), além do prefeito de Canapi e ex-deputado Celso Luiz (PMDB) como interessados no processo. Otávio Lessa diz que “Alagoas é um estado pequeno” e é natural que algumas figuras públicas demonstrem preferências ou simpatias por determinadas candidaturas, “mas não houve qualquer interferência direta”. “O que os conselheiros querem é o fortalecimento do Tribunal”, frisou. 

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