Silêncio! Esta tem sido a estratégia – ao que tudo indica – dos vereadores de Maceió em relação à pressão de alguns suplentes que miram nos mandatos dos edis faltosos. A lista de faltas foi revelada pelo CadaMinuto Press e apontou alguns campeões de ausências na Casa de Mário Guimarães, como o vereador Antônio Holanda (PMDB), Simone Andrade (PTB), Guilherme Soares (PROS), dentre outros.
Nos bastidores, os suplentes reclamam de uma “proteção” dada pela Mesa Diretora para que os edis não corram o risco de perder seus mandatos em função de faltas. Dentro do parlamento-mirim, os nobres vereadores evitam falar no assunto de forma mais aprofundada, quando questionados pela imprensa, preferem optar pela estratégia do silêncio, que é sequenciada pelo famoso “deixa a poeira baixar” que tudo cai no “esquecimento”.
Comum dos legislativos quando avistam uma crise. É bom lembrar – entretanto – que as faltas dos edis representam, sim!, prejuízo aos cofres públicos, sobretudo quando este dado é cruzado com a produtividade de uma Casa que custa mais de R$ 50 milhões por ano.
Cada edil – independente de faltar ou não – tem direito à verbas indenizatórias, assessores e outros mimos bancados pelo parlamento-mirim que garante a estes senhores do Legislativo uma vida bem mais cômoda – em relação ao trabalho – do que de um trabalhador comum que, obviamente!, não pode acumular tantas ausências em sua labuta sob a pena de perder o emprego.
Ora, se levarmos em conta de que exercem uma função de fiscalizadores do cumprimento das leis e dos gastos públicos, cabe até aos não faltosos cobrarem postura da Casa em relação a quem não vem honrando o mandato. Cabe a Mesa Diretora também cobrar maior responsabilidade dos edis.
Cabe ao Legislativo fiscalizar a si mesmo, neste caso. O silêncio – sendo assim! – pode ser traduzido como confissão de culpa, omissão, estratégia para que tudo termine em pizza (no jargão popular) ou até mesmo total descaso com um assunto que é seríssimo.
Esse blog tentou falar com o vereador Guilherme Soares. Sua assessoria de imprensa disse que ele não queria se pronunciar. Agora foi a vez de Simone Andrade – durante a sessão – ser abordada pela imprensa, já que se suplente – Ferreira Hora (PTB) – também briga pelo mandato, e optar pelo silêncio.
O presidente da Casa, Francisco Holanda Filho (PP), também dá sinais de que cansou do assunto. Por enquanto, a versão oficial é a de se buscar “corrigir equívocos” que foram cometidos nas atas. Vejam só: tais equívocos só foram percebidos depois que a denúncia ganhou as páginas dos jornais.
Fica uma pergunta no ar: e se o mesmo levantamento, em relação a faltosos e presentes nas casas legislativas, se estender pelo interior do Estado de Alagoas e pela Assembleia Legislativa, levando em conta seus respectivos regimentos e leis? Alguém duvida que situações semelhantes se espalham por aí? Claro, claro, claro...tudo pode não ter passado de equívocos em atas.
Estou no twitter: @lulavilar