Sem estrutura física e com carência em recursos humanos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Rio Largo tem funcionado de forma precária, sem a assistência devida à população. A situação foi denunciada ao Ministério Público Estadual há mais de 90 dias pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoa (Sateal), que também pediu, na última sexta-feira (28), a interdição da unidade em virtude dos problemas constatados durante fiscalizações.
À reportagem do CadaMinuto, o presidente do Sateal, Mário Jorge, afirmou que o Samu de Rio Largo funciona na sala de um posto de saúde municipal. Além da falta de água, os funcionários da unidade agora são obrigados a conviver com a carência de médicos e enfermeiros, o que deixa ainda mais precário o serviço na cidade.
A situação chegou a conhecimento da entidade por meio de denúncia realizada por funcionários. Segundo relatos, o problema da falta de água para consumo dos funcionários não foi resolvido como prometeu a Secretaria de Saúde do município.
Mário Jorge também afirma que o efetivo de médicos e enfermeiros não supre a demanda da cidade, o que vem causando deficiência no serviço oferecido à população. A situação caótica do Samu de Rio Largo também é acompanhada de perto pelo Ministério Público Estadual, que havia dado um prazo de 60 dias para que a estrutura do Samu saísse do Hospital Ib Gatto Falcão e fosse instalada em um prédio adequado.
“Os funcionários trabalham em um verdadeiro cubículo que abriga o serviço burocrático, copa, refeitório, atendimento de chamados e dormitório. O local não possui banheiro nem vestiário, falta água mineral para consumo e para higienização dos equipamentos utilizados nos atendimentos. Pedimos a interdição, pois a Secretaria de Saúde afirma que já assinou a ordem de serviço para reforma de um local, mas já se passaram mais de 90 dias e a situação está cada vez pior. É inaceitável que a população de Rio Largo seja obrigada a depender de um serviço precário por culpa do poder público”, disse Mário Jorge.
A reportagem do CadaMinuto conversou com a secretária de Saúde de Rio Largo, Kátia Born (PSB), que assumiu o cargo, na prática, nesta quarta-feira (03). Em relação à carência de recursos humanos, a gestora afirmou que discutirá com o MPE, na próxima sexta-feira (05), a viabilidade da contratação temporária de profissionais enquanto o município se adequa à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e abre concurso público definitivo.
Quanto à estrutura, Kátia informou que uma equipe técnica está realizando um levantamento para avaliar as dependências de todos os órgãos ligados à Secretaria, incluindo o Samu, cuja avaliação deve ser concluída no prazo de 15 dias e auxiliará na abertura do processo de licitação que viabilizará a reestruturação física.
“Na saúde tudo é para ontem, nada pode esperar. No entanto, peço que os servidores tenham um pouco de paciência. Estou me empenhando ao máximo, resolvendo os entraves da parte burocrática para poder organizar a Secretaria. Quando fazemos um trabalho com amor, as coisas acontecem e tenho certeza que acontecerão em Rio Largo, que vive uma nova concepção na saúde. Assumi hoje a gestão e tenho contado com o apoio de toda a prefeitura, inclusive dos servidores efetivos, que estão esperançosos. Só peço um pouco de paciência”, disse Kátia, acrescentando que deverá conversar com os funcionários até a próxima semana.