Oposição acirrada! É o que marca o termômetro político do Congresso Nacional. Se este será o clima para os próximos quatro anos de governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ainda é cedo para afirmar, mas tem tudo para ser.
Afinal, a montagem do próximo escalão do Executivo e os escândalos envolvendo a Petrobras ainda dirão muito sobre o futuro e sobre a estabilidade que Dilma Rousseff terá.
O que já se sabe é que a presidente não decolará - em janeiro do próximo ano - em céu de brigadeiro. Não bastasse a crise política, há também os fatores econômicos e o maior escândalo de corrupção da República que bate na porta do Partido dos Trabalhadores (PT).
A “hegemonia” sonhada e cantada em documento oficial do partido tende a não ser construída de forma tão fácil. O país saiu das urnas dividido e há um sentimento forte de oposição contra o atual governo, seja nas ruas, como no Congresso.
Isto explica o contexto vivenciado no Congresso Nacional quando o atual governo federal jogou a proposta que muda a Lei de Diretrizes Orçamentárias e chega, ainda que parcialmente, a afrontar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O contexto - repito! rendeu a atuação peculiar do senador Renan Calheiros (PMDB), com sua habilidade que o fez ser um dos mais influentes naquela Casa.
A performance do presidente do Senado Federal chamou a atenção da imprensa. Calheiros atuou como um “cartola” em campeonato de futebol marcado por constantes bastidores intensos. Se de um lado, Renan Calheiros representou o “tapetão” no Congresso Nacional. Do outro, o deputado federal pernambucano Mendonça Filho (Democratas) se fez de oposição beligerante (no sentido metafórico) ao cobrar respeito depois de ouvir do peemedebista um sonoro “cale-se”.
O Congresso Nacional deve viver dias de disputas acirradas entre uma oposição barulhenta e uma sempre atenta e articulada base petista e aliada. Mendonça Neto foi acompanhado pela solidariedade de oposicionistas ao falar alto no “pé-do-ouvido” do senador Renan Calheiros. A cena é lamentável, mas reflete bem o atual momento do país. Os golpes verbais - durante a sessão - mostram o nível do nosso Legislativo, cuja oposição esteve sonolenta por 12 anos e agora tenta pegar o vácuo diante da votação expressiva do candidato derrotado, na disputa pela presidência, Aécio Neves (PSDB).
A oposição sabe que se continuar dormindo em berço esplêndido perderá o bonde da história diante dos projetos vindouros que serão apresentados naquela Casa, como a Reforma Política, a possibilidade de constituinte, dentre outros. A modificação da Lei de Diretrizes Orçamentárias é apenas uma amostra grátis do que vem por aí.
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