A reportagem do CadaMinuto Press – que fez um levantamento dos vereadores faltosos da Câmara Municipal de Maceió – caiu como uma “bomba” no plenário do parlamento-mirim. Muitos edis buscam justificativas para suas ausências e, nos bastidores, são trabalhadas formas de manutenção dos mandatos, como bem colocou o jornalista Davi Soares, em seu blog.
O atual presidente Francisco Holanda Filho, o Chico Filho (PP), se encontra sob pressão. Será feita uma espécie – como informa Soares – de auditoria nas atas do Legislativo-mirim e – caro leitor! – as faltas podem ser apresentadas para a sociedade como “equívocos”, tirando, assim, os mandatos dos vereadores do alvo de seus suplentes e de partidos que tenham o interesse de ingressar com as ações.
No máximo, teremos descontos em salários. Imagine, caro leitor, se isto se desse em seu trabalho. Vale ressaltar que a Casa de Mário Guimarães realiza apenas três sessões por semana, mas os edis já contabilizam mais de 843 faltas conforme os registros oficiais da própria Câmara de Maceió. Se você faltasse tantas vezes ao trabalho o que aconteceria com você? A resposta é óbvia: perda de emprego!
Se cruzarmos os dados das faltas dos nobres edis com a produtividade da Câmara – podem ter certeza! – teremos mais reflexões ainda a fazer sobre a atividade legislativa na capital alagoana. Entre os mais faltosos estão Antônio Holanda (PMDB), Maria Aparecida (PRTB), Eduardo Canuto (PV), Simone Andrade (PTB), Galba Neto (PMDB), Fátima Santiago (PP), João Luiz (Democratas), Kelmann Vieira (PMDB), Teresa Nelma (PSDB), Guilherme Soares (PROS), Cléber Costa (PT), Silvânia Barbosa (PPS), Silvio Camelo (PV) e Dudu Ronalsa (PSDB).
Quem menos faltou foi Heloísa Helena (PSOL) com sete faltas. Isto se não considerarmos a passagem de Ronaldo da Luz (PMDB) pela Câmara. Das 843 faltas registradas pelos vereadores, apenas 115 são justificadas. Outro absurdo sobre o qual a Casa precisa se pronunciar. Por enquanto, os faltosos optaram pelo silêncio.
É o caso – por exemplo – de Guilherme Soares. Eleito pelo PSOL, o vereador depois ingressou no PROS, que é comandado pelo deputado federal Givaldo Carimbão (PROS). Soares acumula 40 faltas, das quais apenas quatro foram justificadas. O PSOL, que já teve desavenças com Soares em passado recente, logo após o pleito eleitoral, foi o primeiro partido a se manifestar sobre o caso. Vai pedir o mandato do edil.
O pedido foi encaminhado à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Maceió. O suplente de Guilherme Soares é o professor Beto Brito.
Soares é o primeiro – não se sabe se o único! – a ter o mandato questionado por um partido. O que fez o vereador? Trabalha na sua estratégia de defesa dentro do próprio paramento-mirim. Deve contar com a ajuda da Mesa Diretora, conforme informações de bastidores. Oficialmente, o vereador Guilherme Soares optou pelo silêncio. Até o presente momento nem explica as faltas, nem fala sobre o pedido de cassação de mandato feito pelo PSOL.
Por enquanto, Guilherme Soares fica calado. Assim como os demais. Outros partidos colocarão em xeque os faltosos do parlamento-mirim? É esperar.
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