Eis a notícia que é dada pelo jornal o Globo: MPF investiga recrutamento de crianças e adolescentes para a Venezuela. Por si só um assunto preocupante sobre o qual o governo federal precisa se pronunciar urgentemente. 

Aliás, um assunto que revela - nas entrelinhas - algo muito mais grave do que casos de corrupção. Aponta para um projeto de poder muito bem descrito por George Orwell em seu Revolução dos Bichos, quando uma cria de filhotes é tomada dos pais para serem “educadas” pelos ideais revolucionários. Trata-se da possibilidade de doutrinar uma futura geração para perpetuar um projeto de poder com viés autoritário.

A notícia assusta. Se o MPF comprovar - por meio da investigação - a veracidade é algo estarrecedor, pois a educação de crianças e adolescentes cabe à família. Já não bastam os projetos de leis intervencionistas que tentam usurpar a função sagrada dos pais. Um deles se fez presente na discussão da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Mas, vamos à notícia. De acordo com O Globo, o Ministério Público - em Goiás - instaurou um inquérito civil para apurar ações ou omissões ilícitas da União sobre a condução de crianças e adolescentes brasileiros à Venezuela. Tem que ser apurado com urgência. 

Afinal, conforme a própria matéria, trata-se da suspeita de crianças serem doutrinadas na “revolução bolivariana”. Com que finalidade? É fácil chegar a uma resposta. A informação - ainda segundo O Globo - já circula nos principais jornais venezuelanos como “El Universal” e “El Nacional”.

Um dos exemplos aqui. 

A instauração do inquérito tem base em notícias de que Elias Jaua - vice-presidente setorial do Desenvolvimento do Socialismo Territorial da Venezuela e titular do Ministério das Comunas - leva, desde 2011 (vejam a data!), crianças e adolescentes brasileiros à Venezuela a fim de doutriná-los a implementar a “revolução bolivariana” no Brasil. Ao meu ver, algo mais grave do que denúncias de corrupção, repito. Não dá para se calar diante de tal suspeita levantada pelo MPF de Goiás. 

O Ministério das Relações Exteriores foi oficializado para que - no prazo de 10 dias - forneça informações sobre as condições em que estavam os menores brasileiros levados à Venezuela, o tipo de atividade em que realmente estão envolvidos e quem seriam os responsáveis pelo grupo.  Há suspeitas de que eles participem de uma frente chamada “Brigadas Populares de Comunicação”.

De acordo com a matéria, “elas têm o objetivo transmitir, de diversas formas, as conquistas e os progressos de crianças e adolescentes revolucionários, além de treiná-los como futuros jornalistas para servir o país”. 

“Responsável pelo inquérito, o procurador da República Ailton Benedito diz que a condução dessas crianças e adolescentes pode caracterizar violação aos direitos humanos” finaliza o texto. 

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