No dia 17, a Prefeitura Municipal de Maceió suspendeu - por meio de determinação da Superintendência de Controle e Convívio Urbano - os sepultamentos públicos no Cemitério Municipal de São José, no Trapiche da Barra. Os sepultamento em mausoléus - conforme assessoria de imprensa - serão mantidos normalmente. 

Chamo atenção para o assunto para relembrar do tema que levantei neste blog, no ano de 2012, sobre a situação dos cemitérios públicos em Maceió. O assunto já tinha sido levantado pelo ex-superintendente de Convívio Urbano, Edinaldo Marques, ainda na primeira gestão do ex-prefeito Cícero Almeida (PRTB).

Veja o que o ex-superintendente já falava sobre o assunto aqui. 

Além deste blogueiro, também chamaram atenção para o tema o jornalista Gabriel Mousinho (no Alagoas24Horas) e o jornalista Bartolomeu Dresh (em sua coluna no Tribuna Independente). No mesmo ano. O blogueiro do CadaMinuto, José Marques, também falou do assunto. Alertas não faltaram. 

Edinaldo Marques - quando superintendente - apontava a necessidade de um planejamento, caso contrário faltariam vagas para sepultamentos. Ao que tudo indica - com o passar dos anos - nunca foi dada a devida importância ao assunto. Resultado: chegar a ações como esta da Prefeitura Municipal de Maceió, no último dia 17, de suspender sepultamentos pelo prazo de 60 dias.

Serão constantes se nada for planejado com visão de futuro.

Fiz entrevista com o ex-superintendente. Ele dizia - na época - que em sua gestão foi elaborado um processo com todos os dados, prognósticos, diagnósticos e previsões.  O que se fez com este plano? Em 2005, a necessidade de se discutir o assunto já era “urgente”. Palavra de Edinaldo Marques. Estamos em 2014. Quase uma década depois. O assunto foi deixado - pelo que se observa - de lado!

“Houve uma falha de visão em 2005 ou existiram outras prioridades que impediram o planejamento de novos cemitérios em Maceió.  Naquele ano, o que fizemos para minimizar a situação foram obras (gavetas) nos cemitérios de Maceió, principalmente o São José”, colocou ainda.

Edinaldo Marques ainda segue na entrevista que foi concedida em 2012: “quando detectei a necessidade, trabalhei muito nesse sentido, mas não consegui”. Ou seja: a gestão de Cícero Almeida não priorizou o assunto. O que foi feito na época em que Marques esteve na SMCCU? Ele mesmo responde: “na época, foi feito o possível pela SMCCU. Cemitérios foram informatizados, construíram-se novas gavetas para suprir em parte a superlotação. Foi solicitada a aquisição de um novo cemitério (pelo menos), para resolver a necessidade existente. Na verdade, a carência de espaço nos cemitérios foi herdada pela atual gestão, que também não priorizou a solução do problema”. Em outras palavras: a questão se arrasta desde a ex-prefeita Kátia Born (PSB).

A demanda - conforme a própria atual Prefeitura - está sendo direcionada para outros quatro cemitérios da capital: Cemitério Público de Santo Antônio, no bairro de Bebedouro; Cemitério Público de São Luiz, no bairro Tabuleiro do Martins; Cemitério Público Divina Pastora, no bairro Rio Novo; e Cemitério Público Nossa Senhora do Ó, no bairro de Ipioca.

Reinaldo Braga - que agora responde pela SMCCU - diz que a administração vai continuar atendendo a demanda. Em curto prazo, a solução é esta. Todavia, eis um assunto que é preciso ser tratado em longo prazo. O próprio Braga reconhece isto e diz que a prefeitura vem realizando - mais um! - estudo sobre as condições do Cemitério São José. 

Veja a fala de Braga: “são mais de 90 anos de funcionamento e o cemitério nunca passou por uma reestruturação. Estamos avaliando as melhores formas de resolver os problemas do cemitério de São José”. Eis o tamanho da irresponsabilidade das gestões passadas, mesmo sabendo do problema. 

É a população mais carente, mais uma vez afetada, em um momento de dor extrema que é a perda de entes queridos.

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