Falei aqui neste blog da movimentação – com o declarado apoio do Solidariedade – para a eleição do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ) na busca pela presidência da Câmara de Deputados.

O PMDB trabalha para comandar a Câmara de Deputados e o Senado Federal, ainda que o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) não parta para a reeleição. Ao menos, até agora, o próprio Calheiros disse que não seria candidato. Vale lembrar que em política tudo pode acontecer.

PMDB e PT vivenciam uma relação tensa não é de agora.  Sempre foi assim! Em função disto, o Partido dos Trabalhadores vai partir para a briga pela presidência da Casa. O recado já havia sido dado pelo líder do PT no parlamento federal, deputado Vicentinho, de São Paulo.

Agora, mais uma entrevista – do deputado José Guimarães (PT/CE), ao Política Real, mostra isto. Ele é um dos encarregados da negociação para definir um candidato do PT ao comando da Câmara. Guimarães defende uma “Carta de Compromissos” entre partidos, inclusive com o diálogo com a oposição.

Manda o recado ainda para o PMDB falando de uma governabilidade mais enxuta e coesa em torno de “projetos previamente definidos”. Ou seja: antes era ampla, aglutinadora e definida pelo loteamento de cargos ou de favores que garantiam a maioria no Congresso? Não é de se estranhar que – nesta linha de raciocínio – mensalão e petrolão não sejam apenas casos de corrupção, mas algo bem pior que isto. O uso dos recursos públicos para submeter o Congresso a uma agenda subserviente.

O site Política Real questionou José Guimarães sobre como deveria se dar esta nova base a ser construída, incluindo aí uma candidatura à presidência da Câmara, e ouviu a seguinte resposta: “devemos conversar com todos os partidos que tenham esse compromisso, até com setores da oposição”.

O PT deve querer abraçar o PSOL, por exemplo, se aproximando de membros que estiveram defendendo a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT).  E deve usar a desculpa do “loteamento dos cargos” ou da prática do “toma lá da cá” – muito vista nos últimos anos de governo (deste e de outros) – para selecionar algumas gorduras e melhorar a imagem junto à sociedade. É o saber separar o que é anéis e o que são os dedos.

José Guimarães chamou isto – conforme o site Política Real – de “presidencialismo de coalizão”.  Um discurso que tem efeito teleguiado: recados para o PMDB. Cunha diz que sua candidatura está posta e não voltará atrás. Tem o apoio – até aqui! – do PMDB.

As costuras que serão feitas por Guimarães e Vicentinho tem o total apoio da cúpula petista e do presidente do partido, Rui Falcão. Em sua fala, o deputado petista ainda acusa o PMDB de ter quebrado o acordo de revezamento no consórcio governista para comandar a Câmara, que era formado entre PT e PMDB.  Além de Guimarães, estão na linha de articulação os deputados federais petistas Vicentinho, Marco Maia, Arlindo Chinaglia e Geraldo Magela. Todavia, ainda não há o nome do candidato.

O foco no comando do Legislativo é muito importante para os próximos projetos do governo petista que já fala em reforma política, constituinte, dentre outras matérias de caráter intervencionista.

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