O jornalista Genésio Araújo Júnior – do Política Real – apresenta um ponto interessante em relação a bancada nordestina no Congresso Nacional. Na visão do jornalista, um desafio a mais para o Partido dos Trabalhadores construir uma “hegemonia”, como destacou em nota oficial recente.

A oposição se fortalece. Na mídia nacional, o isolamento da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) já é destacado. O crescimento desta força opositora – ainda disforme em função da pluralidade de ideias que reúne – é sim uma preocupação para os petistas.

A recente derrota do projeto dos conselhos populares mostra bem isto. A dificuldade de lidar com o PMDB também.  O jornalista lembra que – do Maranhão ao Sergipe – o PT elegeu três dos nove governadores, mas também sofreu derrotas significativas.

Eis um trecho da análise de Genésio Araújo Júnior:

  1. “Do Maranhão ao Sergipe, o PT, mesmo elegendo três dos nove governadores perdeu em experiência e posições.  É bem estranho. Se parece com nossa economia, onde os empregos se mantém intactos enquanto a atividade produtiva recua – contraditório.
  2. No Maranhão, o PT elegeu um nome, mas é novato. No Piauí, elegeu uma novata, e perdeu um nome.  No Rio Grande do Norte, ficou sem nenhum deputado ou deputada federal. Na Paraíba, manteve o quadro que tinha, um especialista em segurança pública e bom de plenário.  No tradicional Pernambuco, onde chegou a ter quatro deputados nessa legislatura, não terá nenhum – todos muitos classificados não se reelegeram(ou elegeram).  Em Alagoas, ganhou um, agora efetivo.  Na Bahia, foram vários os novos nomes, mas perdeu gente experiente que preferiram outros rumos.  No Sergipe, o partido ganhou um novato e perdeu dois experientes.
  3. No Senado, o PT ficou no empate.  Ganhou uma para substituir outro.  Pontualmente, Wellington Dias(PI) se elegeu governador, deixou uma novata, mas Fátima Bezerra (RN), experiente, chega para esgrima com o também potiguar, líder e presidente do Democratas, José Agripino(RN), o que acabará lhe roubando muitas energias.
  4. No geral, fica evidente, o PT terá pouco com que contar do Nordeste. Dos nomes que restam, na Câmara, fica o sempre disposto a vida parlamentar, José Nobre Guimarães(CE), que terá que se virar em muitos para dar conta do riscado. Ele já foi líder e corre o risco de ser de novo, para cobrir buraco.
  5. Em política, especialmente congressual, não se tem fórmula para arrumações de última hora – antiguidade é posto e a experiência conta muito.
  6. Costuma-se dizer que a burocracia brasiliense é tão profissional que dá conta do recado, mas quando vemos um quadro estranho como o atual, com pulverização de partidos e uma crise pronta para explodir com as revelações da delação premiada do Caso Petrobras – surge inconsequente afirmar que jeito e prumo seriam suficientes para substituir a experiência.  Balanço equivocado.
  7. Não é por nada que o ex-presidente Lula está preocupado com as ações congressuais que o partido terá que empreender.  Isso ficou evidente nos encontros recentes que teve com petistas nos últimos dias, após o segundo turno das eleições.  As dificuldades poderiam esperar se a economia estivesse melhor. Não é o caso”.

A íntegra está lá no www.politicareal.com.br

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