O doleiro Alberto Youssef não concorreu a cargo eletivo no pleito de 2014, mas movimentou muito o cenário eleitoral. Local e nacionalmente. Em função do que revelou em depoimento, é possível dizer que ainda há muita gente temerosa por aí.
Em Alagoas, por exemplo, o doleiro foi citado em função de supostas ligações com o senador Benedito de Lira (PP) – já que este era candidato ao governo do Estado de Alagoas – e se levantou também relações, em função da Operação Lava-jato, com os outros dois senadores: Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor de Mello (PTB). Este último reeleito após disputa com a vereadora Heloísa Helena (PSOL).
Alberto Youssef foi um dos personagens mais citados em notas, análises de blogs e reportagens. O detalhe é que, quanto mais se fala no assunto, mais a sensação é de que se está apenas no início do fio do novelo que marca o caminho deste labirinto de tantos Teseus ligados a um só minotauro. Até o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e atual presidente Dilma Rousseff (PT) são apontados como sabedores de esquemas de corrupção.
Recentemente, a ex-ministra da Casa Civil, Gleise Hoffman aparece na lista de suspeitos. Estar junto do doleiro parece não ser boa coisa. O governador eleito de Alagoas, Renan Filho (PMDB), escapou – por pouco – de entrar no “olho do furacão” em meio ao processo eleitoral.
É que dias depois da eleição, o colunista de Veja, Lauro Jardim – o assunto já foi explorado aqui no CadaMinuto pelo jornalista Davi Soares – diz que Renan Filho teve um encontro com Youssef uma semanas antes do doleiro ser preso. O encontro de fato existiu? Qual o assunto? Que tipo de relação existe (se é que realmente existe!) entre Renan Filho e Alberto Youssef? Perguntas naturais diante da informação já divulgada.
Todavia, mesmo com alguns dias já “circulando na praça”, a informação ainda não foi desmentida ou explicada. O que o governador eleito Renan Filho tem a dizer sobre o assunto? Este blogueiro que aqui escreve tentou contato com o deputado federal e governador eleito por meio de telefone e por mensagem, mas não obteve êxito.
Diante da gravidade dos fatos envolvendo o doleiro e as informações que se somam a cada dia, é natural que se cobre a fala do governador eleito sobre o assunto, até mesmo para que se evite pre-julgamentos. Lauro Jardim joga a informação do encontro, mas não fala de motivos. Fala apenas em “rastros de operações heterodoxas feitas por alguns senadores peemedebistas com pensões estatais”. A informação surge na mesma nota. Por qual razão a correlação de informações? Outra pergunta para a qual a resposta é necessária. O espaço para Renan Filho está aberto já que não consegui falar com ele.
Ah, este texto em momento algum faz juízo de valor. Apenas se quer saber qual o motivo do encontro!
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