O advogado eleitoral alagoano Adriano Soares – reconhecido nacionalmente na área – decidiu que vai entrar na briga para impedir o projeto de reforma política encampada publicamente pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nacional. Em um post em suas redes sociais, Adriano Soares chamou a proposta de reforma política de “bolivariana”.

Adriano Soares trabalha em uma minuta de uma representação ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados para que a proposta de reforma política seja analisada pela instância competente.

O advogado alagoano – que já foi juiz e assumiu pastas de governo no Estado de Alagoas – diz que não se trata de uma representação contra o presidente da OAB, Marcus Vinícius Coelho, mas “a favor de que o tema da reforma política seja tratado de modo aprofundado pelo órgão mais emitente na estrutura hierárquica da Ordem: o Conselho Federal”.

De acordo com Soares, a minuta ainda passará pela análise de outros advogados para que se chegue a uma redação final. Sem citar qual entidade e quais advogados que subscreverão a representação, Adriano Soares diz que já há pelo menos uma interessada

“Vivemos um momento importante para a nossa democracia. Independentemente de filiação partidária, de adesão a uma ou outra candidatura, o que está em jogo são as liberdades públicas, o enfraquecimento do Congresso Nacional, a hipertrofia da Justiça Eleitoral e a entronização da governança por meio dos sovietes. É disso que se trata, simplesmente”, pontou o advogado eleitoral.

Ele ainda ressalta: “está na hora da sociedade civil se manifestar, sem ser representada por quem não a representa nessa grave questão. Não podemos nos omitir”. Soares faz críticas ao projeto, cujo mérito ainda não foi debatido a fundo. Nos últimos dias, a reforma política entrou em pauta com uma discussão sobre qual modelo a ser adotado para apreciar as ideias: plebiscito ou referendo.

No Congresso Nacional, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB/AL), falou em referendo.  

Adriano Soares pontua em uma dura crítica: “o secretário-geral da Comissão Especial de Mobilização para a Reforma Política da OAB Nacional, Aldo Arantes, deixou claro que a OAB emprestará a sua credibilidade para essa reforma que visa poder para entidades ricas em recursos públicos como UNE, MST, CUT, etc”. As entidades são classificadas pelo advogado como “sovietes”.

O advogado ainda discorda dos posicionamentos de Coelho, afirmando que a proposta não pode ser chamada de “reforma da sociedade”. “Ou reagimos ou eles falam por nós. A OAB pertence aos advogados brasileiros.  Estamos sendo usados, através da nossa entidade, para dar credibilidade a uma proposta farsesca, de natureza autoritária”, frisa. Soares e os que subscrevem a ação devem dar entrada nela na próxima semana. 

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