Oficialmente o processo de transição do governo do Estado de Alagoas se iniciou no dia de hoje, 04 de novembro, em um escritório montado pela atual gestão tucana para fornecer à futura administração peemedebista todas as informações necessárias para as diretrizes e direcionamentos do próximo ciclo de governo do Estado de Alagoas.

O PMDB assume o governo do Estado com um lastro – caso faça um bom governo – para um projeto de no mínimo oito anos. Claro que isto passa pela cabeça – ainda que ele não confirme – do governador eleito Renan Filho (PMDB). Todavia, o cenário para administração do peemedebista não é dos melhores. Aliado do governo federal e ao lado do pai – o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB) – o futuro governador terá uma boa interlocução em Brasília.

Tudo indica que melhor que este. O que garante convênios e recursos. Nos últimos anos, o governo federal foi importante para Alagoas. É inegável. Mas vale uma reflexão: o dinheiro enviado para o Estado por meio de convênios e repasses foi a mesma soma que foi levado daqui pela dívida pública (esta que Alagoas tenta rediscutir há tempos).

Renan Filho sane que em suas mãos está um estado com escassez de recursos diante de uma conjuntura de recessão econômica,  aumento de inflação e – como já chegou a falar o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – que pode ter perda de arrecadação. Soma-se a isto os indicadores sociais já conhecidos e uma Assembleia Legislativa que cobra seu preço para garantir governabilidade. Não se enganem!

Renan Filho terá que estar cercado de bons técnicos e ter habilidade política para diante de tal cenário não queimar a língua diante das promessas que fez em campanha. O aliado da presidente Dilma Rousseff (PT) prometeu obras, contratações por concurso público e até questões mais pontuais como a efetivação da reserva técnica. Podem apostar que muitas destas ações não virão de imediato. Mas que ao menos venham, pois foi motivo de eleitores terem escolhido o peemedebista.

No campo político, o futuro governador tem uma tarefa pela frente: articular a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Naturalmente que terá uma bancada gigante na Casa de Tavares Bastos. Isto não será dificuldade. Nos bastidores já se comentam nomes para presidir a Casa. Peemedebistas, claro! Os deputados estaduais do partido Ricardo Nezinho, Olavo Calheiros e Luiz Dantas são cogitados. Os caciques do PMDB – pai e filho – devem se envolver neste processo.

Em Brasília, terá um apoio de maioria da bancada federal. O próprio Renan Filho já destacou este apoio ao falar da transição. Entre os aliados está o senador Fernando Collor de Mello (PTB). Comenta-se – também nos bastidores – que o petebista gostaria de ter forte influência na pasta da Comunicação. Quem sabe indicar um nome! A transição – pelo visto – não se resume ao escritório montado no Centro da cidade, apesar dos dados lá discutidos serem muito importante.

O desafio de Renan Filho será o de aglutinar as forças políticas que o ajudaram no processo eleitoral sem inchar a máquina em função do cenário vindouro. Será o de cortar gastos para garantir seus projetos, de articular um bom líder e o presidente da Assembleia, de se cercar de bons técnicos para não lotear o Estado. Por sinal, o próprio peemedebista criticou o loteamento da Educação no governo Vilela, durante a campanha eleitoral. 

Em entrevista ao CadaMinuto – durante a primeira reunião da transição – Renan Filho disse saber do momento difícil e da escassez de recursos públicos. “Estamos preparados para trabalhar na escassez. Alagoas não é um Estado rico, não temos excesso de recursos. Por isso, vamos buscar um foco acurado para que a aplicação dos recursos seja feita de forma transparente, buscando os melhores resultados para nosso povo”, frisou. 

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