O deputado federal Renan Filho (PMDB) já foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como o futuro governador do Estado de Alagoas. O peemedebista venceu o pepista e senador Benedito de Lira ainda no primeiro turno. Renan Filho teve mais de 52% dos votos, como noticiou o CadaMinuto.
Benedito de Lira não conseguiu dar musculatura a sua candidatura na reta final, apesar de ter votado acreditando em uma vitória no primeiro turno. A vitória de Renan Filho é uma vitória também do senador Renan Calheiros (PMDB), que ainda pode ser reeleito na presidência do Senado Federal. O peemedebista concentrará poder.
Calheiros se torna – diante dos resultados nas urnas – a maior expressão política do Nordeste e ajuda a eleger o filho em uma chapa puro-sangue, já que o vice-governador é o ex-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB). Além disto, todos os compromissos firmados com os aliados foram cumpridos durante a campanha: ajudá-los em suas eleições proporcionais.
Grande parte foram eleitos, como é o caso dos deputados federais Givaldo Carimbão (PROS) e Paulão (PT). Sendo assim, Renan Filho assume o governo com a possibilidade de deixar uma marca própria dos peemedebistas, sem a necessidade de grandes loteamentos políticos e ainda contando com uma boa base na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas e na Câmara Federal.
Qual será o maior desafio do próximo governador? Suas próprias promessas. Renan Filho foi extremamente específico em suas promessas no guia eleitoral, prometendo concursos públicos, construção de hospitais, investimentos em diversas áreas e programas de assistência social que vão cobrar do Estado de Alagoas uma maior capacidade de investimento do que a que já possui.
Desta forma, o governador terá que se debruçar sobre a peça orçamentária que já se encontra na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas para iniciar seu ritmo de trabalho. Isto ressalta a importância de uma boa equipe de transição, caso Renan Filho queira mesmo fazer de suas promessas realidades. Na convocação Reserva Técnica da Polícia Militar de Alagoas, por exemplo, terá que ajustar os números à realidade da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Além disto, terá que cortar gastos e reduzir o tamanho do Estado para aplicar os projetos que deseja. Neste sentido, Renan Filho nunca falou sobre quantas pastas vão compor seu futuro governo. Só anunciou a criação de uma nova: a Secretaria de Esporte, desvinculando a área da pasta da Educação, que é como ocorre hoje.
Quem comentou sobre as futuras dificuldades foi o senador reeleito Fernando Collor de Mello (PTB). Ao falar dos desafios do próximo governo do aliado Renan Filho, Collor se comprometeu em ajudar a encontrar “uma fórmula de renegociar a dívida se que tenhamos que cobrir os altos juros que estão sendo cobrados”. Por sinal, a dívida pública foi um dos temas da campanha, muito explorado pelo candidato derrotado Benedito de Lira.
Lira acusou o senador Renan Calheiros de “engavetar” – como presidente do Senado Federal – o projeto de renegociação da dívida pública. O pepista – ainda durante a campanha – sempre foi rebatido por Renan Filho.
Collor também aconselha sobre a questão dos recursos do governo do Estado que são poucos. “O dinheiro ele vai buscar de um enxugamento de despesas supérfluas. Além disto, há a bancada federal, que eu tenho certeza que estará junto com o governador para atender as necessidades de Alagoas”.
O primeiro ano de Renan Filho será – conforme a previsão feita pela gestão de Teotonio Vilela Filho (PSDB) – para o ano de 2015 – pautado por um orçamento de R$ 8,5 bilhões. Vale ressaltar que a previsão é de que seja um ano difícil, enfrentando recessão e possibilidade de crises. O futuro chefe do Executivo terá que ter habilidade para iniciar seus projetos lidando com esta realidade.
Um passo em falso e poderá ser lembrado como o governador que não cumpriu o prometido, como ocorreu com Vilela que anunciou a contratação de mil policiais por ano e acabou pagando com a própria língua.
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