Um documento sigiloso. Um detalhamento de vítimas, incluindo fatais, de um inimigo que se instalou em quase todo Estado. Dos 102 municípios alagoanos, apenas 11 não teriam sofrido investidas. Mais de 50 mil pessoas foram atendidas em unidades de saúde, somente em 2014, em decorrência dos ‘ataques’. Destes pacientes, 97 não resistiram e foram a óbito. Os números são alarmantes, mas o inimigo seria pequeno. Isso se a negligência desse lugar ao combate eficaz.

A reportagem teve acesso a investigação imparcial, realizada de forma minuciosa, que apontou um ponto em comum em todos os municípios afetados. Por mais incrível que pareça, o vilão que tem levado milhares de alagoanos aos hospitais e provocado mortes banais é uma doença de cura simples, que em condições básicas de saúde sequer deveria existir. Em Alagoas, pelo segundo ano consecutivo, a diarreia alcança índice de vítimas considerado epidêmico.

A investigação foi realizada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a pedido do Ministério Público Estadual (MPE/AL) após o órgão receber o relatório produzido pela Secretaria de Estado da Saúde (SESAU) enviado de forma sigilosa ao Ministério da Saúde. As informações contidas no documento motivaram a busca sobre o que estaria por trás dos números assustadores. A conclusão talvez choque mais que os números. Em 99% das cidades investigadas, a água distribuída pelas prefeituras, por concessionárias ou pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), é de baixa qualidade contendo níveis elevados da bactéria patogênica Escherichia Coli ou presença efetiva de coliformes totais.

97 mortes, 50 mil doentes e poucas ações definitivas dos municípios. Mas o que diz a SESAU sobre o próprio relatório? Quais as ações tomadas pela Secretaria para combater o avanço da diarreia em todo Estado? Qual a explicação para a ineficiência das ações? O que aponta detalhadamente a investigação da Funasa? Como o Ministério Público acompanha o caso e que medidas deve tomar? Perguntas que serão respondidas na reportagem especial do Cada Minuto “Água Contaminada”.

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