Durante a pré-campanha, o senador Aécio Neves (PSDB) – que concorre à presidência da República – colocou os pés em Alagoas e trouxe, na bagagem, propostas envolvendo o Estado, como o refinanciamento da dívida pública e até mesmo a possibilidade de converter o pagamento dos juros em verbas carimbadas para áreas específicas, como Educação.

Mas eis que na campanha, o PSDB alagoano sofreu uma debandada das principais aves no ninho. Isto já ocorria quando o candidato ao governo era o ex-procurador-geral da Justiça, Eduardo Tavares. Com a desistência de Tavares, o vereador por Palmeira dos Índios, Júlio Cézar (PSDB), já assumiu a árdua tarefa praticamente solitário.

Debandou a maioria do PSDB e o PRB, que se encontra na coligação. Mas o edil cumpre sua missão com afinco. Julio Cézar tem sido o grande defensor do governo no guia eleitoral e – nesta reta final de campanha – foca também no presidenciável Aécio Neves. Parece ser uma estratégia nacional, aproximar mais Aécio Neves do eleitor nos locais onde os tucanos tem palanque.

Nos últimos dias, a campanha de Júlio Cézar foi intensificada nas ruas, e mesmo sem estar em Alagoas, Aécio Neves se faz presente. O discurso de Julio Cézar tem três focos: mostrar que os senadores alagoanos (Benedito de Lira (PP), Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor de Mello (PTB) não ajudaram Alagoas como deveriam, defender o governo e criticar o governo federal ressaltando o projeto nacional dos tucanos.

O tucano de Palmeira dos Índios fez isto – por exemplo – no debate da TV Alagoas, ao falar dos problemas enfrentados na área da Saúde e da segurança pública. Transferiu a responsabilidade para a gestão de Dilma Rousseff (PT) e lembrou da necessidade de se contar com um governo federal e uma bancada comprometida para conseguir recursos.

Se Julio Cézar conseguirá ser um cabo eleitoral eficiente para Aécio Neves é algo que só as urnas dirão. Nacionalmente, Neves se encontra em terceiro nas pesquisas e em queda livre. Tanto que o PSDB nacional já mudou o mote de campanha. Neves, ao tempo que ataca Dilma, lembra do passado petista de Marina Silva (PSB).

Tanto o PSDB local, quanto o nacional lutam – como podem – para não saírem desta campanha menor do que entraram. O partido pode viver um desmonte no próximo ano a depender desta eleição. Para Julio Cézar, um futuro que vale a pena pensar, pois o candidato também projeta – diante dos números de pesquisas eleitorais – fazer do insucesso da campanha tucana seu sucesso: torna-se conhecido e respeitado pela missão que cumpriu. Se fortalece para ser o próximo prefeito de Palmeira dos Índios. 

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