Boatos e falsas informações veiculadas em mídias sociais tem gerado medo e dúvidas sobre a segunda etapa da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV). Em diversas mídias tem sido postadas notícias de jovens que tiveram problemas de saúde ao receber a segunda dose da vacina.


Para tranquilizar as jovens e os responsáveis, a coordenadora do Programa de Imunização  da Secretaria Municipal de Saúde, Eunice Raquel disse à reportagem do CadaMinuto que na primeira etapa foram imunizadas mais de 22 mil jovens na capital alagoana e destacou que “não houve nenhum registro de mal estar ou efeito colateral que tenha levado à internação de nenhuma garota”.


Ao se referir aos casos registrados em São Paulo, onde três jovens foram hospitalizadas com sintomas de paralisia nos membros inferiores, logo após tomar a segunda dose, Eunice informou que “o Ministério da Saúde (MS) está analisando todos os lotes de vacinas porém, tudo indica que se trata de casos isolados e que estão sendo investigados. Não acredito que esse mal estar esteja diretamente ligado à vacina”, disse a coordenadora.


A pediatra Maristela Honório reforçou que, em Maceió, não houve nenhum registro de moléstia provocada pela vacina do HPV. “Houve apenas duas ocorrências de síncope, onde duas adolescentes desmaiaram. Mas isso foi devido a medo de injeção e não por problemas com o medicamento em si”.


“A reação que pode ocorrer é localizada. A vacina é oleosa e em pessoas mais sensíveis ela pode provocar um leve dor no braço por aproximadamente 24 horas. Nada além disso”, ressaltou a pediatra.


A funcionária pública Alba Vasconcelos, mãe de duas meninas com idades de 12 e 13 anos disse que, apesar de estar receosa vai sim permitir que as jovens tomem a segunda dose. “Me sinto muito mais segura ao ver minhas filhas protegidas. Acredito que o que há é muito boato”, desabafou ela.


A coordenadora do Programa de Imunização informou ainda que, equipes itinerantes estão indo às escolas da rede pública e privada para aplicar a segunda dose da vacina contra o HPV. “Mas é preciso destacar que, as meninas que não estiverem presentes na escola no dia da vacinação, podem ir tomar a vacina nas Unidades Básicas de Saúde. A vacina contra o HPV já faz parte do calendário básico de vacinação”.


Sobre HPV


O HPV  é o nome genérico de um grupo de vírus que pode provocar a formação de verrugas na pele, e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, etc.), anal, genital e da uretra. As lesões genitais podem ser de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer do colo do útero e do pênis, e de baixo risco. A transmissão acontece por via sexual, mas em casos raros pode acontecer da mãe para o feto. O diagnóstico é feito por intermédio do exame ginecológico Papanicolaou, colposcopia e outros mais sofisticados.
O HPV não possui sintomas muito sensíveis. Uma característica é o aparecimento de verrugas na pele e mucosas.
O vírus pode ser eliminado com medicamentos, cauterização ou até cirurgia convencional.