Como bem citou o blogueiro Davi Soares – em seu espaço – as ausências do deputado federal e candidato ao governo, Renan Filho (PMDB), e do candidato ao Senado, Fernando Collor de Mello (PTB), em evento que trouxe o vice-presidente Michel Temer (PMDB) para Alagoas, já soam como um primeiro reflexo das denúncias que Veja trouxe no final de semana. Podem vir outros. Afinal, um dos nomes da lista do delator o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa é o senador e presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB).

No entanto, o que coloca o delator Paulo Roberto Costa é uma verdadeira bomba que estoura dentro de campanhas nacionais – como já causou seu estrago na disputa pela presidência por envolver aliados de Dilma Rousseff (PT) e a suspeita de um “mensalão 2” e da própria candidata Marina Silva (PSB), ao ser citado Eduardo Campos – e locais. Em diversos estados, inclusive Alagoas. O que não faltarão são políticos com as barbas de molho esperando o aprofundar das denúncias e – ao mesmo tempo – buscar tirar o crédito destas.

Foi o que o senador Renan Calheiros fez – por exemplo- em notas oficiais e nas declarações que deu ao site CadaMinuto, em reportagem de Gilca Cinara. O peemedebista condena a delação premiada, atribui a ela uso político e em nota diz que são especulações e que as relações com Paulo Roberto Costa foram institucionais. Aguardemos as investigações sem prejulgamentos, mas sem perder o foco da gravidade do que se expõe.

Calheiros sabe que as informações trazidas por Veja, e agora também em outros veículos, pode ser um trunfo para adversários na disputa pelo governo do Estado de Alagoas.

Isto explica as ausências de Renan Filho e Fernando Collor no que seria um evento grandioso com a presença de Temer. O encontro não deu o resultado esperado e acabou sendo um tiro pela culatra diante dos temas que foram repercutidos por lá. Mas, repercutir o assunto dentro do guia eleitoral pode ser um risco para os próprios adversários de Renan Calheiros. Vejam só como tem sido a política ultimamente.

Vale lembrar que importantes nomes do PP do senador Benedito de Lira estão na “delação premiada”: Ciro Nogueira, Mario Negromonte e João Pizzolati.

Mais que isto, a Operação Lava Jato – que envolve Paulo Roberto Costa - citada no esquema, também citou o já famoso doleiro Alberto Youssef, que – ainda em matérias nacionais – foi apontado em ligações com o próprio Benedito de Lira (PP). Em matérias passadas, não nesta (que fique claro!).

O candidato pepista nega qualquer tipo de relação com doleiro, como já foi publicado neste blog.

Enfim, neste esquema que vem se desdobrando em Brasília, vários políticos vão sendo citados em matérias nacionais. Os três senadores alagoanos – envolvidos diretamente no pleito eleitoral de 2014 – já tiveram a “honra” de figurar nas manchetes, em algum momento em que foram citados os nomes ou de Paulo Roberto Costa ou de Yousef.

Diante das cores eleitorais, tais informações é artilharia pesada contra os inimigos. O problema é que diante da gravidade dos fatos há – nos bastidores das campanhas – o receio de ser fogo amigo. Sendo assim, cautela no uso de denúncias que soam tão graves – ou mais! – que o mensalão de outrora. 

Estou no twitter: @lulavilar