Em recente programa de guia eleitoral, a presidente Dilma Rousseff (PT) usou seu espaço para fazer uma comparação entre a rival presidenciável Marina Silva (PSB) com o senador Fernando Collor de Mello (PTB), quando este foi presidente da República.

Dilma lembrou da saída de Collor da presidência, no processo de impeachment, como símbolo de um governo desastroso. Foi feita ainda uma comparação com Jânio Quadros. Tudo isto para mostrar o que poderia acontecer em caso de vitória de Marina Silva.

O que soa estranho é que Fernando Collor de Mello é um senador da base aliada do PT. Mais que isto! Em Alagoas, Collor já declarou voto a Dilma e trabalha arduamente pela reeleição da presidente sendo candidato ao Senado Federal em uma chapa na qual o PT se faz presente como coadjuvante no processo majoritário.

Não é a primeira vez que petistas usam Collor para tentar atacar adversários. Em entrevista passada – mas já neste processo eleitoral – o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) comparou o petebista a Eduardo Campos (PSB), presidenciável que morreu em um trágico acidente aéreo. A candidatura de Campos – devido à tragédia – foi substituída pela de Marina.

A comparação virou assunto na mídia nacional. A candidata Marina Silva foi colocada como uma “salvadora da pátria” de forma irônica. Ela respondeu na mesma moeda: "A sociedade brasileira me conhece. Conhece os valores que eu defendo, a luta que eu tenho há mais de 30 anos. Eu comecei como vereadora, fui eleita deputada, senadora por 16 anos, ministra do Meio Ambiente. Imagina se eu dissesse que uma pessoa que nunca foi eleita nem vereadora fosse eleita presidente do Brasil? Aí sim poderia parecer Collor", afirmou Marina.

A entrevista de Marina Silva foi ao Estadão.

A referência feita por Marina atinge diretamente Dilma Rousseff. A candidata do PSB devolveu a comparação lembrando que Rousseff nunca exerceu cargo eletivo a não ser o de presidente, quando teve a candidatura construída pelo padrinho: ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.  Entra em cena a seguinte reflexão: aliados, aliados...comparações ficam de lado.

Collor – o personagem mais citado no episódio – mantém silêncio diante do fato de sua presidente-aliada estar usando o nome dele como exemplo de governo federal mal sucedido. 

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