O candidato tucano ao governo do Estado de Alagoas, o vereador por Palmeira dos Índios, Julio Cézar, vem cumprindo sua missão: defender o legado de Teotonio Vilela Filho (PSDB) e tentar se mostrar como uma terceira via, mesmo não tendo – até este momento! – chegado aos dois dígitos das pesquisas eleitorais.

Dentro da campanha de Julio Cézar, a confiança é de que ele cresça nas intenções de voto diante da campanha “nem um, nem outro”. O desafio de Julio Cézar é maior por não ter o apoio dos principais caciques do próprio partido, com exceção – ao menos oficialmente – do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).

Em estratégia de campanha, Julio Cézar agora partiu para o ataque. O alvo são os senadores alagoanos – Renan Calheiros (PMDB), Benedito de Lira (PP) e Fernando Collor de Mello (PTB) – todos envolvidos no processo eleitoral. Collor (candidato ao Senado) e Benedito de Lira (candidato ao governo) diretamente; Renan Calheiros (que aposta na eleição do filho, o deputado federal Renan Filho (PMDB) ao governo) de forma indireta.

O candidato tucano – como já dito pelo jornalista Davi Soares em seu blog – afirma que os senadores nunca ajudaram Alagoas a superar as dificuldades em função da dívida pública de R$ 50 milhões/mês, que comprometem os cofres públicos. Ao observarmos a história recente, a declaração de Julio Cézar vai de encontro ao que afirmava o próprio governador em relação a dois dos três senadores: Renan Calheiros e Benedito de Lira.

Vilela – mesmo nos momentos de rompimento com Calheiros – fez questão de ressaltar a parceria, sobretudo nos assuntos relacionados à dívida pública. Basta uma rápida pesquisa no google. Se as declarações de Vilela revelam a verdade ou não, aí é outra história. O senador Benedito de Lira, por sua vez, foi um parceiro mais próximo do governo, desde o ano de 2010.

É de corresponsabilidade de Lira os resultados da Educação e da Assistência Social. Estas pastas sempre estiveram sobre interferência direta do senador pepista em Alagoas. A Assistência Social – por exemplo – foi ocupada pelo atual vice-prefeito Marcelo Palmeira (PP). De certa forma, Julio Cézar ataca os que – de alguma maneira e em alguns momentos – estiveram associados ao governo que ele tanto defende.

São problemas da árvore genealógica da política alagoana que em algum ponto todos se encontram juntos quando é feito um regresso na memória. Isto fragiliza o discurso de Julio Cézar que tenta se apresentar como o verdadeiro novo deste processo eleitoral. Mas, para o tucano esta é uma eleição que não se encerra no dia 3 de outubro. É um projeto maior.

Perdendo ou ganhando, o vereador por Palmeira dos Índios sai fortalecido e com a promessa de novas eleições pela frente. Dentre as quais o Executivo municipal de sua cidade. 

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