O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) não obteve sucesso na tentativa de substituir a candidatura tucana de Eduardo Magalhães pela de Thereza Collor, ao Senado Federal.

A negociação com a musa do impeachment do ex-presidente Fernando Collor (PTB) se arrastava desde a véspera das convenções partidárias de julho. E era um trunfo que Téo tentava conquistar para tentar impedir a reeleição do senador Collor, seu principal adversário político da atualidade.

A informação sobre a resposta negativa e definitiva de Thereza para a proposta de candidatura ao Senado foi repassada ao blog pelo próprio governador no início da tarde desta quarta-feira (13), após entrevista exclusiva que será publicada na edição de amanhã do CadaMinuto Press.

“A Thereza não será candidata a senadora. Ela me ligou hoje cedo e me disse que não vai ser candidata. Foi uma questão de tempo. Ela chegaria muito tarde para a disputa. Então ela decidiu não ser candidata. Mas ela estava muito animada com este convite. Infelizmente, não será possível”, disse Téo.

O governador de Alagoas chegou a tratar do assunto com o senador mineiro Aécio Neves, que disputa a Presidência da República, e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, no início deste mês.

Tema indigesto

Fernando Collor se incomodou bastante com a movimentação política do líder tucano ao encontro da mulher que deu suporte às denúncias motivadoras de seu impeachment, há 22 anos.

O senador reclamou que as notícias sobre a proposta de candidatura à Thereza eram factoides plantados por Téo na imprensa, já que obteve recentemente o apoio de seu sobrinho, Fernando Lyra, filho de Thereza com Pedro Collor.

Além disso, o ex-presidente destacou o fato de ter obtido absolvições definitivas do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as acusações feitas pelo seu próprio irmão Pedro Collor.

O objetivo era o desgaste político

Thereza apareceria na disputa como a mulher que deu suporte ao seu marido Pedro Collor, para que ele fizesse as acusações de corrupção que provocaram a queda do irmão da Presidência da República, em 1992. 

Filha do deputado federal João Lyra, Thereza ficou viúva de Pedro Collor dois anos depois do impeachment. E virou símbolo de credibilidade e patriotismo, ao enfrentar as questões familiares em nome da exposição das acusações pelas quais Fernando Collor foi absolvido pelo STF.

Filada ao PSDB desde 30 de agosto de 1997, Thereza Collor estava apta a ser candidata. E era uma aposta tucana para projetar a disputa para a chamada grande imprensa do Brasil, e tornar Fernando Collor alvo de uma artilharia pesada da ex-cunhada e da vereadora de Maceió Heloísa Helena (PSOL), que luta para retomar sua cadeira de senadora, assumida pelo ex-presidente Collor em 2006, quando a ex-petista deixou o mandato para disputar a Presidência da República.

Téo chegou a dizer que se fosse candidato venceria Collor. Mas não se desincompatibilizou em abril, decidido a permanecer no governo até 31 de dezembro.